Entrevista com Cloves de Castro
Título
Entrevista com Cloves de Castro
Código da entrevista
C033
Entrevistados
Data da entrevista
12/06/2013
Resumo da entrevista
A militância exercida por Clóves foi marcada por duas fases distintas, embora complementares. Sua trajetória política teve início nos anos 1950, quando, ao filiar-se ao Partido Comunista Brasileiro (PCB), conquista formação teórica e proximidade com algumas figuras centrais da esquerda no período. Em 1967, quando o PCB se divide internamente, alguns de seus dirigentes como Carlos Marighela, Mário Alves, Jacob Gorender, Apolônio de Carvalho, entre outros, se desligam do Partido. As divergências políticas que envolviam a oposição à linha pacífica de reconciliação com a pequena burguesia é amplamente derrotada pela maioria. Em vista do recrudescimento da política militarista, muitos membros do Partido passaram a defender a chamada frente de agrupamentos de luta. Esta orientação foi ratificada no VI Congresso do PCB em dezembro de 1967 e Clóves, por sua vez, optou pela linha de agrupamentos, aderindo à Ação Libertadora Nacional (ALN). Visto pela repressão como homem de confiança de Joaquim Câmara Ferreira, foi capturado em dezembro de 1969, permanecendo preso cerca de dois anos. Foi primeiramente encaminhado ao DOI-Codi/SP, onde ficou na cela forte por aproximadamente 20 dias, até sua transferência para o Deops/SP, onde relembrou a interação solidária entre os presos políticos. Sobre sua estada no Presídio Tiradentes, rememorou a interação fraterna com os freis dominicanos e a união de forças entre os presos para garantir a subsistência das famílias. Sobre a passagem no Carandiru, destacou a relação de apoio e respeito manifestada pelos presos comuns, também chamados de corró, para com os presos políticos. Seguindo à soltura, retomou sua atividade na ALN e a partir de 1974 inaugurou uma nova fase em sua militância, identificada pela adesão à Oposição Sindical Metalúrgica de São Paulo (OSM-SP), com intensa participação na imprensa sindical e em greves trabalhistas. Acerca desta fase, relembrou algumas organizações que atuaram fortemente nesse período como as Pastorais, os Sindicatos e a Ação Popular (AP).
Entrevistadores
Karina Alves | Marcela Boni
Duração (minutos)
180
Operador de câmera
André Oliveira
Local da entrevista
Memorial da Resistência de São Paulo, São Paulo/SP
Como citar
CASTRO, Clóves de. Entrevista sobre militância, resistência e repressão durante a ditadura civil-militar. Memorial da Resistência de São Paulo, entrevista concedida a Karina Alves e Marcela Boni em 12/06/2013
Assuntos Temáticos
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