Entrevista com Guiomar Silva Lopes
Título
Entrevista com Guiomar Silva Lopes
Código da entrevista
C068
Entrevistados
Data da entrevista
08/04/2014
Resumo da entrevista
Guiomar abordou sua trajetória como militante iniciada em 1965, quando cursava a Faculdade de Medicina da Santa Casa - USP. Inserida no Movimento Estudantil, aliou-se em 1967 à Dissidência Universitária de São Paulo (DISP) até aderir a Ação Libertadora Nacional (ALN) ao final de 1968. Vivendo clandestinamente, interrompeu os estudos, desligou-se de sua família e passou a dedicar-se integralmente à militância. Discorreu sobre a ideologia da ALN e o recrudescimento da ditadura em vista das crescentes ações de guerrilha urbana. Relembrou o episódio do assassinato de Carlos Marighella, então dirigente da ALN em fins de 1969, fato que provocou um abalo profundo nas estruturas da organização. Segundo a entrevistada, diante da crescente perseguição à guerrilha urbana, as principais organizações de luta armada uniram-se para formar a Frente de Esquerda, somando forças contra o inimigo e resistindo até as últimas prisões. Como comandante de GTA, Guiomar foi presa em março de 1970 e levada para o DOI-Codi/SP. Com um estado de saúde demasiadamente comprometido pela tortura, foi transferida para hospitais sob vigília policial. Sobre sua estada no Deops/SP em junho de 1970, relembrou a superlotação das celas e as dificuldades enfrentadas em decorrência de sua saúde fragilizada. Sobre o Presídio Tiradentes, relembrou o ambiente marcado pelo companheirismo e solidariedade. Em seguida foi transferida para a Penitenciária Feminina e depois para a Casa do Egresso, somando quatro anos de detenção. Ao regressar para a faculdade em março de 1974, sofreu perseguição de colegas e professores até formar-se à duras penas em 1977.
Entrevistadores
Karina Alves | Paula Salles
Duração (minutos)
133
Operador de câmera
André Oliveira
Local da entrevista
Memorial da Resistência de São Paulo, São Paulo/SP.
Como citar
LOPES, Guiomar Silva. Entrevista sobre militância, resistência e repressão durante a ditadura civil-militar. Memorial da Resistência de São Paulo, entrevista concedida a Karina Alves e Paula Salles em 08/04/2014.
Assuntos Temáticos
ORGANIZAÇÕES E PARTIDOS POLÍTICOS > AÇÃO LIBERTADORA NACIONAL | ORGANIZAÇÕES E PARTIDOS POLÍTICOS > AÇÃO LIBERTADORA NACIONAL > ALN | ATOS DE RESISTÊNCIA | MORTOS E DESAPARECIDOS POLÍTICOS > CARLOS MARIGHELLA | DEPARTAMENTO DE ORDEM PÚBLICA E SOCIAL DE SÃO PAULO - DEOPS-SP > COTIDIANO PRISIONAL | DEPARTAMENTO DE ORDEM PÚBLICA E SOCIAL DE SÃO PAULO - DEOPS-SP | ORGANIZAÇÕES E PARTIDOS POLÍTICOS > DISSIDÊNCIA UNIVERSIRTÁRIA DE SÃO PAULO > DI-SP | ORGANIZAÇÕES E PARTIDOS POLÍTICOS > DISSIDÊNCIA UNIVERSIRTÁRIA DE SÃO PAULO | DITADURA CIVIL - MILITAR NO BRASIL | UNIDADES DE DETENÇÃO E TORTURA > DOI-CODI/SP | ATOS DE RESISTÊNCIA > GUERRILHAS URBANAS | HISTÓRIA DO BRASIL | MORTOS E DESAPARECIDOS POLÍTICOS | ORGANIZAÇÕES E PARTIDOS POLÍTICOS | ÓRGÃOS DE REPRESSÃO POLÍTICA | TIPOS DE UNIDADES PRISIONAIS > PENITENCIÁRIAS FEMININAS | TIPOS DE UNIDADES PRISIONAIS > PRESÍDIOS | PRESOS POLÍTICOS SOBREVIVENTES | DEPARTAMENTO DE ORDEM PÚBLICA E SOCIAL DE SÃO PAULO - DEOPS-SP > PRESOS POLÍTICOS SOBREVIVENTES | TIPOS DE UNIDADES PRISIONAIS | UNIDADES DE DETENÇÃO E TORTURA | VIOLAÇÃO DE DIREITOS HUMANOS