Entrevista com James Naylor Green
Título
Entrevista com James Naylor Green
Código da entrevista
C121
Entrevistados
Data da entrevista
24/11/2016
Resumo da entrevista
Em seu testemunho, James falou sobre seu vínculo com o Brasil, país onde, na década de 1970, exerceu intensa militância política e que até os dias de hoje permanece envolvido, enquanto historiador brasilianista. Seu engajamento político teve início nos EUA, em meados da década de 1960, no contexto de luta pelo fim da Guerra do Vietnam. No início da década de 1970, envolveu-se com comitês de solidariedade que denunciavam a violação de direitos humanos cometidas pelas ditaduras da América Latina. Neste processo, James que era estudante de Ciência Política, elegeu o Brasil enquanto tema principal de estudo, e assim passou a se dedicar ao conhecimento histórico do país. Entre os anos de 1976 e 1982, residindo no Brasil, participou ativamente da militância contra a ditadura civil-militar e na emancipação do movimento homossexual (termo empregado na época). Em seu testemunho falou sobre a ação da Convergência Socialista, organização à qual fez parte enquanto líder de um grupo homossexual, e destacou alguns episódios marcantes que envolveram sua militância no Brasil, como o processo de fundação e de ruptura do Grupo SOMOS, a luta contra a ação violenta do Delegado Richetti, a homofobia presente na sociedade, as arbitrariedades policiais e o combate a um aparelho repressor que permeava toda a sociedade. Por fim, apresentou o projeto Oppening the Archives Brazil, que vem desenvolvendo com apoio da Brown University, responsável pela digitalização de mais de 35 mil documentos. Este material relativo ao período da ditadura está sendo indexado e ter por objetivo democratizar as informações. Concluiu, analisando o fato de que a ditadura agiu enquanto elemento indireto, retraindo os avanços possíveis aos movimentos sociais, entre eles, o LGBT e refletiu sobre os avanços do movimento no contexto atual e as demandas que permanecem em pauta.
Lugares da memória mencionados
Teatro Ruth Escobar | Theatro Municipal | Universidade de São Paulo (USP) | Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) | Largo São Francisco | Deops/SP | Jornal Versus | DOI-Codi/SP
Eventos históricos mencionados
Visita do general Médici à Washington/EUA | Campanha pela libertação de Manuel Conceição | Golpe no Chile | Noite de Solidariedade à Resistência Chilena em São Francisco/EUA | Congresso da Latin American Studies Association (LASA) em Washington | Guerra do Vietnã | Entrevista de Márcio Arruda ao The Washington Post | Denúncia contra o Brasil na Comissão Interamericana de Direitos Humanos | Fundação do Grupo SOMOS de Afirmação Homossexual | Semana das Minorias da USP | Greve de 80 dos trabalhadores do ABC paulista | 1º Congresso Brasileiro de Homossexuais | Celebração da missa dos trabalhadores no dia 1º de maio no Estádio Vila Euclides | Ato público nas escadarias do Teatro Municipal contra Wilson Richetti | Ato do Movimento Negro Unificado com participação do Grupo SOMOS | Marcha da Família com Deus pela Liberdade | Invasão militar ao CRUSP | Instalação da Comissão Nacional da Verdade | Guerrilha do Araguaia | Massacre da casa da Lapa em São Paulo | Congresso Internacional da Associação Internacional de Gays e Lésbicas no Rio de Janeiro | Campanha em defesa do jornal O Lampião da Esquina
Entrevistadores
Luiza Giandalia | Desirée Azevedo
Duração (minutos)
79
Operador de câmera
Jamerson Lima
Local da entrevista
Memorial da Resistência de São Paulo, São Paulo/SP
Como citar
GREEN, James Naylor. Entrevista sobre o Theatro Municipal no contexto da ditadura civil-militar. Memorial da Resistência de São Paulo, entrevista concedida a Luiza Giandalia e Desirée Azevedo em 24/11/2016.