Resumo da entrevista
O entrevistado relatou sua longa trajetória de militância política dentro do Partido Comunista Brasileiro (PCB) iniciada em 1942, abordando as conquistas do Partidão em meio ao processo histórico de repressão enfrentado durante a ditadura Vargas (1937-1945) e civil-militar (1964-1985). Descreveu como se deu sua aproximação com a esquerda e a consequente entrada e ascensão dentro do PCB. Segundo o entrevistado, o trabalho de massas era tido como diretiva fundamental do Partido, ação com a qual colaborou atuando na sessão de educação do comitê central. Esta ação envolvia essencialmente o recrutamento de pessoas e a divulgação dos materiais produzidos pelo Partido durante o período de clandestinidade. Em sua militância, aproximou-se do Movimento Estudantil organizado através da União Estadual dos Estudantes e da União Nacional dos Estudantes, a fim ampliar e fortalecer o quadro do Partido. Simultaneamente, cumpriu outras frentes de trabalho ligadas à causa operária de Belo Horizonte, promovendo greves e passeatas em defesa dos trabalhadores. Entre 1946 e 1948, sofreu três processos de prisão devido à agitação política promovida, somando aproximadamente um mês de prisão. A participação de quase sete décadas junto ao Partido, permitiu a Marco Antônio acompanhar de perto grande parte das modificações estruturais e o surgimento de novas orientações políticas e ideológicas do PCB, além de exercer diversos cargos e funções, transitando pelos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Pernambuco até assumir a direção nacional do Partido. Elegeu-se deputado federal pelo estado da Guanabara, porém, teve seu mandato cassado, logo após o golpe civil-militar. Em seu segundo processo de prisão política ocorrido em 1975, Marco Antônio cumpriu quatro anos de pena, passando por diversos cárceres em São Paulo, Rio e Porto Alegre, embora fosse tido em primeira instância, como preso do DOI-Codi/SP.
