Resumo da entrevista
Entre os anos de 1967 e 1968, cursando a Faculdade de Pedagogia da USP e residindo no Conjunto Residencial (CRUSP), Maria Luiza militou juntou ao movimento estudantil pela reforma universitária e contra a ditadura civil-militar. A respeito da experiência no CRUSP, relembrou a efervescente vida cultural do lugar e a oportunidade em aprofundar os conhecimentos teóricos da sociologia marxista através dos grupos de estudo. Em 1968, casou-se com Gilberto Belloque e juntos aderiram ao núcleo clandestino da Dissidência Estudantil do Partido Comunista Brasileiro (PCB). Em 1969, com a cisão da Dissidência, Maria Luiza e Gilberto passaram a atuar em um Grupo Tático Armado (GTA) da Ação Libertadora Nacional (ALN), organização egressa da Dissidência. Em decorrência de sua militância, foi presa em 30 de janeiro de 1970 pelo Deops/SP e enfrentou torturas para que entregasse a localização de seu companheiro - à época, um dos dirigentes nacionais da organização. Passou ainda pelo DOI-Codi/SP e em três de março do mesmo ano, seguiu para o Presídio Tiradentes. Este processo de prisão redundou em um ano e três meses de encarceramento e uma condenação de mesmo porte. Em abril de 1974 sofreu uma nova prisão pelo Deops/SP, onde permaneceu detida por 12 dias tendo sido novamente torturada. A respeito desta fase, relembrou que muitos ex-presos políticos cantavam como estratégia para erguer a moral coletiva e ajudar a superar o sofrimento vivido no Deops/SP. Em seu testemunho, entrelaçam-se muitas narrativas paralelas de companheiros presos, com destaque para Jacob Gorender, Dilma Rousseff e Denise Belloque. Por fim, Maria Luiza apresentou uma análise pessoal que desenvolveu sobre os tipos de torturadores que a agrediram e de que forma a identificação destes perfis a ajudou a enfrentar a execução da tortura.
