Antônio Bandeira de Mello
Nome completo
Antônio Bandeira de Mello
Gênero
Masculino
Perfil histórico
Instâncias da atuação na repressão
Autoria direta | Gestão de estrutura utilizada pela repressão
Perfil de Atuação
Biografia
Com longa trajetória militar, Antônio Bandeira servia como coronel da Infantaria em Recife na época do golpe de 1964. Foi também comandante da 3a Brigada de Infantaria, com sede em Brasília, de dezembro de 1971 a abril de 1973. Nessa função, comandou as tropas do Exército empregadas na repressão à Guerrilha do Araguaia durante a Operação Papagaio, realizada em setembro e outubro de 1972. O ex-guerrilheiro Danilo Carneiro, em depoimento à CNV, afirmou que Antônio Bandeira participava pessoalmente das sessões de tortura realizadas no Pelotão de Investigações Criminais (PIC) de Brasília. Em maio de 1973 foi nomeado diretor-geral do Departamento de Polícia Federal (DPF) pelo presidente Emilio Garrastazú Medici. Em junho de 1979 foi acusado de comandar, com os generais Milton Tavares de Souza e José Luiz Coelho Netto, a chamada Operação Cristal, responsável por atentados terroristas ocorridos no início do governo do presidente João Baptista de Oliveira Figueiredo. Relatório Final da CNV ainda destaca sua participação na Operação Mesopotâmia, desencadeada pelo Exército entre 2 e 12 de agosto de 1971 e que contou com cerca de 40 agentes sob o comando de Antônio Bandeira. A operação tinha como objetivo colher informações e prender militantes na divisa entre Pará, Maranhão e Goiás (hoje Tocantins). De acordo com o relatório da Operação Mesopotâmia, de 17 de agosto de 1971, ela passou a servir de modelo para novas incursões militares na região. Nas primeiras operações no Araguaia era comum que os militantes presos no Araguaia fossem transferidos para Brasília, para serem interrogados no PIC, em Brasília. Antônio Bandeira ainda teria participado em 24 de maio de 1973 de importante reunião dada pela cúpula das Forças Armadas, na qual participaram além do próprio general Ernesto Geisel, o seu irmão general Orlando Geisel, e outros generais como Milton Tavares, e o então Presidente da República, General Emílio Garrastazu Médici, cuja síntese se resumia nas seguintes decisões documentadas em ata: “(...) a utilização de todos os meios para eliminar sem deixar vestígios, as guerrilhas rurais e urbanas, de qualquer jeito, a qualquer preço (...)”.