Antônio Carlos da Silva Muricy
Nome completo
Antônio Carlos da Silva Muricy
Cronologia
1906-2000
Gênero
Masculino
Perfil histórico
Instâncias da atuação na repressão
Gestão de estrutura utilizada pela repressão | Político-institucional
Perfil de Atuação
Biografia
Antônio Carlos da Silva Muricy formou-se no Colégio Militar do Rio de Janeiro, sentando praça em 1923 ao ingressar na Escola Militar do Realengo, na mesma cidade. Em 1932, quando eclodiu em São Paulo a Revolução Constitucionalista participou da repressão aos rebeldes no vale do Paraíba. Promovido a capitão em 1934, cursou a Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais, na qual se tornou instrutor no ano seguinte. Entre 1937 e 1939, cursou a Escola de Estado-Maior (EEM), na qual também foi nomeado instrutor alguns anos depois. Fez o curso de comando e estado-maior em Fort Leavenworth, nos Estados Unidos. No governo de Eurico Gaspar Dutra trabalhou na assessoria do gabinete do ministro da Guerra, sendo designado, em 1951, para cursar a Escola Superior de Guerra (ESG). Em fins de 1958 assumiu o comando do CPOR de Recife. Colaborou ativamente na articulação do movimento para depor João Goulart, trabalhando no núcleo central da reação militar que se articulava no Rio de Janeiro. Segundo seu depoimento, em todos os grandes estados brasileiros constituíram-se centros de resistência militar, dos quais os mais ativos eram os do Rio de Janeiro, Minas Gerais, São Paulo, Paraná e da cidade de Recife. O núcleo central do Rio atuava em estreita ligação com o general da reserva Golberi do Couto e Silva, cujo grupo, através do Instituto de Pesquisas e Estudos Sociais (IPÊS), desenvolvia intenso trabalho junto aos círculos empresariais do Rio de Janeiro e de São Paulo. Após o golpe de 64, em julho, Muricy atingiu o posto de general-de-divisão, assumindo em seguida o comando da 7ª Região Militar, sediada em Recife. Na capital pernambucana, segundo a revista Veja, teria desmontado “a estrutura dos movimentos subversivos no Nordeste, eliminando sobretudo as Ligas Camponesas criadas por Francisco Julião. Na chefia do EME, que assumiu em 1969, Muricy teve grande participação nos acontecimentos que envolveram a sucessão do presidente Costa e Silva. Durante o governo Médici, teve destacada atuação como elemento de ligação entre o Estado e a Igreja, encarregado de estabelecer contatos com a alta hierarquia do clero. Passando à iniciativa privada, ainda em 1970 Muricy assumiu a presidência da holding Nora Lage e posteriormente a presidência do conselho fiscal da empresa. Em 1986, afastou-se da holding, deixando de exercer atividade profissional.