Antônio Ermínio de Moraes
Nome completo
Antônio Ermínio de Moraes
Cronologia
1928-2014
Gênero
Masculino
Perfil histórico
Perfil de Atuação
Biografia
Empresário, engenheiro e industrial brasileiro, Antônio foi presidente e membro do conselho de administração do Grupo Votorantim. Foi aluno da Colorado School of Mines, nos Estados Unidos. Sob sua direção, o Grupo Votorantim alçou à condição de um dos maiores conglomerados industriais privados nacionais e Antônio foi, por décadas, respeitado porta-voz de todo o setor produtivo nacional na área. Sob a temática da contribuição empresarial ao regime militar, o importante documentário “Cidadão Boilesen” sustenta que apenas dois empresários se recusaram a colaborar com a ‘vaquinha’ da Oban: José Mindlin e Antônio Ermírio de Moraes. No entanto, levantamento publicado pela Revista Piauí aponta que, em 1977, funcionários do governo queimavam toneladas de obras culturais em forno do Aeroporto Internacional de Brasília. Documentos produzidos pela própria Polícia Federal comprovam a prática promovida pelo regime: são dezoito autos de incineração registrados. Além do forno de Brasília, outro forno de uma das empresas do grupo Votorantim também foi usado para transformar filmes, livros e programas de tevê em cinzas. Os autos registrados foram cumpridos entre 1976 e 1988 no Distrito Federal, no Rio Grande do Sul, no Ceará e em São Paulo. Em comum, tinham a descrição detalhada dos itens destruídos e o fato de usarem também incineradores de empresas privadas. Além do aeroporto, houve queimas de livros, revistas e filmes entre 1977 e 1979 na Companhia de Papel e Papelão Pedras Brancas, empresa hoje inativa que à época pertencia ao Grupo Votorantim e ficava no município de Guaíba, no Rio Grande do Sul; na empresa Brasil Oiticica S/A, em Fortaleza, em 1976 e 1977, também desativada; na Riopel S/A, em São José do Rio Preto, em 1987; e na empresa Aparas São Caetano, assinado em Porto Alegre em 1988. Nesta última, os autos registram ainda a queima de documentos antigos da censura (memorandos, ofícios de Justiça, correspondências e “laudos de exame de material obsceno”) e até de figurinos de Carnaval. Esses lotes citados nos documentos eram resultados de apreensões feitas em distribuidoras, editoras e emissoras de tevê. Procurado pela equipe da revista, o Grupo Votorantim diz lamentar essa postura da planta em Guaíba, pois ela contraria os seus valores. A companhia, inclusive, foi protagonista da primeira manifestação pública de empresários contra o regime militar, em 1978. Naquela ocasião, o Dr. Antônio Ermírio de Moraes foi o porta-voz do ‘Manifesto dos 8’ – documento assinado por oito empresários, entre eles Cláudio Bardella, José Mindlin, Paulo Villares, Jorge Gerdau e Severo Gomes, e que pedia a redemocratização do país.” À revista, a Infraero afirmou que não tem mais registros sobre a prática citada. Em relação aos incineradores, a empresa informou que de fato aeroportos antigos contavam com este tipo de equipamento para “tratamento de resíduos de risco biológico e químico”, mas que todos foram desativados.