Aparecido Laertes Calandra
Nome completo
Aparecido Laertes Calandra
Gênero
Masculino
Codinome
Cabo Aparecido; Doutor Ubirajara; Capitão Ubirajara
Perfil histórico
Instâncias da atuação na repressão
Perfil de Atuação
Biografia
Delegado da polícia civil de São Paulo. Foi encarregado pelo Delegado Romeu Tuma, então chefe na Superintendência da Polícia Federal, como o encarregado do arquivo do extinto Deops São Paulo, que ficou sob a guarda daquele departamento com o fim da ditadura. O arquivo foi desfigurado e sua consulta prejudicada. É apontado em diversos relatórios como torturador atuante no DOI-Codi de São Paulo, chefe da Equipe B de interrogatório deste órgão desde 1972. A Comissão Nacional da Verdade apresentou dois documentos, um auto de exibição e apreensão, que prova sua atuação no DOI-CODI, e um registro funcional, que mostra seu histórico como membro da Polícia Civil. Neste segundo documento, há um elogio, datado de abril de 1977, por sua "eficiência e dedicação" na execução das mais diversas atividades no combate à subversão e ao terrorismo. No final de sua carreira foi alocado na linha de frente do serviço de inteligência da Polícia Civil paulista, pelo Governador Geraldo Alckmin, o qual defendeu sua colocação. No DOI-Codi/SP, destaca-se ainda que Calandra, no dia 05 de janeiro de 1973, mostrou vários recortes de jornal a presos políticos comunicando a morte de Carlos Nicolau Danielli, dada como ocorrida “durante um tiroteio” no bairro do Jabaquara. O torturador Ubirajara afirmou: “É a versão que queremos que conte e é a que ficará. E isso vai ocorrer também com vocês”. A denúncia do assassinato de Danielli foi feita várias vezes durante o processo em que é dado como morto em “tiroteio”, processo aforado na 1ª Auditoria da 2ª CJM de SP e julgado em 12/3/1975. Há ainda o dossiê enviado pela família de Luiz Eduardo Merlino à Comissão Estadual da Verdade de São Paulo e à CNV que traz depoimentos de ex-presos políticos que denunciam a participação de Carlos Alberto Brilhante Ustra, Dirceu Gravina (J.C.) e de Ubirajara na execução do militante. Outra denuncia de presos políticos figura no documento “Aos bispos do Brasil”, onde é afirmado que Torigoe foi metralhado e levado ferido para o DOI-Codi/SP “onde foi intensamente torturado pela chamada equipe B, chefiada pelo capitão Ronaldo, ‘tenente’ Pedro Ramiro, capitão Castilho, capitão Ubirajara e o carcereiro Maurício”. Convocado pela CNV em novembro de 2013, prestou depoimento em que sustentou que cumpria funções burocráticas no DOI-CODI de São Paulo. Recebeu a Medalha do Pacificador em 1974.