Beatriz Martins
Nome completo
Beatriz Martins
Cronologia
1936
Gênero
Feminino
Codinome
Tenente Neuza (ou Neusa); Tenente Bia; Miúda
Perfil histórico
Instâncias da atuação na repressão
Perfil de Atuação
Biografia
Beatriz Martins foi uma das primeiras policiais mulheres a trabalhar na Polícia Civil de São Paulo, sendo lotada em um ramo da antiga Guarda Civil, criado em 1955, com o nome de Corpo de Policiamento Especial feminino, que contava com um total de 13 mulheres, segundo pesquisas de Lívia do Amaral e Silva Linck. Em 1970, segundo consta, Beatriz foi enviada para trabalhar no DOI-CODI/SP, na Equipe de Investigação comandada pelo Coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra e pelo Dr. Ney, pois o destacamento precisava de uma mulher para a missão de infiltração de um casal de agentes em um curso para casais em uma paróquia da zona leste de São Paulo. A operação foi um sucesso, e Neuza ficou no destacamento até 1975. Foi seguida por outras mulheres - todas destacadas para a Seção de Investigação, na qual cuidavam das escutas telefônicas e ajudavam a vigiar suspeitos. No DOI, Beatriz teria participado de operações que levaram à morte de aproximadamente dez pessoas, e ao desaparecimento de pelo menos três, sendo elas: Hiram de Lima Pereira, José Montenegro e Paulo Stuart Wright. Em 1973 recebeu a Medalha do Pacificador, em cerimônia na qual o general Humberto de Souza Mello, comandante do 2º Exército a condecorou no pátio interno do DOI, ao lado de outros agentes – todos homens. Em depoimento à Comissão Estadual da Verdade Rubens Paiva, a ex-presa política Amelinha Teles declarou que Beatriz era “uma das policiais responsáveis pelo sequestro dos meus filhos e que levou até a Operação Bandeirantes e ficou, porque meus filhos ficavam um pouco na Operação Bandeirantes e um pouco fora, era uma [mulher] chamada Tenente, [...] que trabalhou no DOI-CODI. O Marival Chaves deu um depoimento aqui dizendo que o nome dela era Tenente Bia. Era uma Tenente loira. Então, pelo menos essa eu vi, não praticando tortura, mas participando do esquema de tortura”.