Carlos Alberto da Fontoura
Nome completo
Carlos Alberto da Fontoura
Cronologia
1912-1997
Gênero
Masculino
Perfil histórico
Instâncias da atuação na repressão
Gestão de estrutura utilizada pela repressão | Político-institucional
Perfil de Atuação
Biografia
Carlos Alberto Fontoura nasceu em Cachoeira do Sul (RS) no seio de uma família influente em cargos públicos federais. Carlos Alberto da Fontoura, após cursar o Colégio Militar de Porto Alegre, sentou praça em 1931 na Escola Militar do Realengo, no Rio de Janeiro. Sendo promovido nos postos do exército, foi designado para servir no III Exército, sediado em Porto Alegre, sendo um dos principais articuladores no Rio Grande do Sul do movimento de deposição do presidente João Goulart (1961-1964), ajudando a desmontar a mobilização de tropas no interior do Rio Grande do Sul que haviam sido organizadas pelo então governador Leonel Brizola. De 1965 a 1966 foi subchefe de gabinete do ministro do Exército, Artur da Costa e Silva. Realizou os cursos da Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais, da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército (ECEME) e do Comand and General Staff College, nos Estados Unidos, exercendo ainda as funções de instrutor da ECEME, de comandante do 8º Regimento de Cavalaria, em Uruguaiana (RS), e de chefe do estado-maior da 2ª Divisão de Cavalaria e da 6ª Divisão de Infantaria (6ª DI). Em 1967 tornou-se chefe do estado-maior do III Exército, sendo nomeado em 1969 pelo presidente Costa e Silva como chefe do Serviço Nacional de Informações (SNI). O período em que permaneceu no cargo caracterizou-se pelo forte combate às organizações guerrilheiras e foi marcado por seguidas denúncias de torturas, assassinatos e outras violações dos direitos humanos. Deixou a chefia do SNI em março de 1974, sendo nomeado para o posto de embaixador brasileiro em Lisboa. Com a Revolução dos Cravos e a nova orientação política do governo português, o governo brasileiro e o Itamarati foram pressionados a substituir Fontoura antes mesmo de sua ida a Lisboa uma vez que o general era considerado um dos maiores responsáveis pela repressão ocorrida no Brasil. Mas a nomeação foi mantida e o novo embaixador foi empossado em maio de 1974, enfrentando manifestações hostis de portugueses em frente à embaixada brasileira e até mesmo ameaças de morte. Em dezembro de 1975, Fontoura pediu sua passagem para a reserva do Exército, processo concluído em 1981.