Carlos Eduardo Pires Fleury
Nome completo
Carlos Eduardo Pires Fleury
Cronologia
1945-1971
Gênero
Masculino
Codinome
Nelson Meirelles Riedel
Perfil histórico
Mortos e desaparecidos políticos | Perseguidos políticos | Presos políticos
Profissão
Perfil de Atuação
Assuntos: Organizações
Biografia
Nascido em São Paulo (SP), Carlos Eduardo Pires Fleury era estudante de Filosofia na Universidade de São Paulo (USP) e, simultaneamente, de Direito na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP). Atuante contra a ditadura militar instalada no país a partir de abril de 1964, Carlos Eduardo era subcomandante do Grupo Tático Armado da Ação Libertadora Nacional (ALN) quando foi preso, em 30 de setembro de 1969. Nessa circunstância, foi levado para a sede da Operação Bandeirantes (Oban), sob a alegação de que tinha um encontro na avenida Brigadeiro Luiz Antônio. Tentou se matar durante uma diligência policial externa de cobertura do “ponto”. A tentativa, porém, não foi bem-sucedida. Carlos foi levado ao hospital e se recuperou; foi, então, levado à prisão para ser novamente torturado. Em janeiro de 1970, quando já havia sido transferido para o Presídio Tiradentes, em São Paulo, denunciou as torturas que ele e outros presos sofreram. A denúncia foi feita por meio de uma carta enviada ao então ministro interino da Justiça, Manoel Gonçalves Ferreira Filho, que havia sido seu professor na Faculdade de Direito. Em junho de 1970, junto a outros 39 presos políticos, foi libertado da prisão em troca do embaixador alemão no Brasil, Von Holleben, sequestrado em uma operação realizada pela VPR e pela ALN. Os libertados deixaram o país, seguindo inicialmente para a Argélia e, em seguida, para Cuba, onde fizeram treinamento de guerrilha. Em 1971, Carlos Eduardo retornou ao Brasil clandestinamente. Carlos Fleury morreu no Rio de Janeiro, em 10 de dezembro de 1971, em circunstâncias ainda pouco esclarecidas. De acordo com a falsa versão apresentada pelos órgãos de repressão, Carlos teria morrido após ser atingido por disparo de arma de fogo, durante um confronto armado com agentes do Estado, ocorrido nas proximidades do bairro do Méier, zona norte da cidade do Rio de Janeiro. O suposto confronto teria resultado de tentativa de fuga, após abordagem de agentes do Departamento de Ordem Política e Social do Estado da Guanabara (DOPS/GB). O corpo de Carlos Eduardo foi levado ao Instituto Médico Legal do Estado da Guanabara (IML/GB), e registrado com o nome de Nelson Meirelles Riedel. De acordo com o laudo de necropsia, Carlos foi “encontrado morto no interior de um veículo com um tiro”. Entretanto, a análise do laudo de necropsia e das fotografias da perícia de local demonstrara que Carlos apresentava marcas de algemas nos pulsos, o que indica que foi preso antes de ser morto. Além disso, dos 12 tiros que recebeu, todos são frontais, o que contraria a versão de que teria sido alvejado no interior de um veículo e com um único tiro fatal. Carlos Fleury morreu em decorrência de ação de agentes do Estado brasileiro. Seus restos mortais foram enterrados no Cemitério da Consolação, em São Paulo.
Ano(s) de prisão
1969
Tempo total de encarceramento (aprox.)
9 meses
Cárceres
Saída do país
Banido
Assuntos: Eventos
Troca de presos políticos pelo embaixador alemão Von Holleben
Assuntos Temáticos
ORGANIZAÇÕES E PARTIDOS POLÍTICOS > AÇÃO LIBERTADORA NACIONAL | ORGANIZAÇÕES E PARTIDOS POLÍTICOS > AÇÃO LIBERTADORA NACIONAL > ALN | ATOS DE RESISTÊNCIA | RESISTÊNCIA NAS PRISÕES > DENÚNCIAS DE MAUS TRATOS | RESISTÊNCIA NAS PRISÕES > DENÚNCIAS DE TORTURA | ÓRGÃOS DE REPRESSÃO POLÍTICA > DEPARTAMENTO DE ORDEM POLÍTICA E SOCIAL | DITADURA CIVIL - MILITAR NO BRASIL | UNIDADES DE DETENÇÃO E TORTURA > DOI-CODI/SP | ÓRGÃOS DE REPRESSÃO POLÍTICA > DOI/II EXÉRCITO | UNIDADES DE DETENÇÃO E TORTURA > DOPS/GB | HISTÓRIA DO BRASIL | JUSTIÇA DE TRANSIÇÃO | ORGANIZAÇÕES E PARTIDOS POLÍTICOS > MOVIMENTO DE LIBERTAÇÃO POPULAR > MOLIPO | MORTOS E DESAPARECIDOS POLÍTICOS | ORGANIZAÇÕES E PARTIDOS POLÍTICOS > MOVIMENTO DE LIBERTAÇÃO POPULAR | ORGANIZAÇÕES E PARTIDOS POLÍTICOS | ÓRGÃOS DE REPRESSÃO POLÍTICA | PERSEGUIDOS POLÍTICOS | UNIDADES DE DETENÇÃO E TORTURA > PRESÍDIO TIRADENTES | UNIDADES DE DETENÇÃO E TORTURA | VIOLAÇÃO DE DIREITOS HUMANOS