Claris Halliwell
Nome completo
Claris Halliwell
Gênero
Masculino
Perfil histórico
Instâncias da atuação na repressão
Perfil de Atuação
Biografia
Cônsul dos EUA em São Paulo no período da ditadura e frequentador assíduo da sede do Deops, no centro de São Paulo. A partir da publicização dos Livros de Visitas do Deops/SP pelo APESP, a Comissão Estadual da Verdade Rubens Paiva investigou Claris Halliwell e pediu ao governo dos Estados Unidos explicações sobre as relações do diplomata com o Departamento de Ordem Política e Social (Deops) na época da ditadura militar. Os Livros de Visita mostram que o Deops/SP registrou entradas de Halliwell à sua sede durante três anos seguidos, entre abril de 1971 e novembro de 1973. Identificado como "cônsul", realizou uma média de duas visitas por mês aos delegados da linha de frente da repressão, frequentemente envolvidos com denúncias de torturas a presos políticos. Halliwell, que morreu em 2006, é apontado ainda como agente da inteligência dos EUA no livro Uncloaking the CIA ("Desvendando a CIA"), publicado em 1975. No livro há apenas uma referência a seu nome, em meio a um grupo de pessoas supostamente relacionadas a operações paramilitares em países da América Latina, mas ele aparece ainda em um relatório do Departamento de Estado como integrante de uma delegação americana que se reuniu com o presidente Juscelino Kubitschek em 1958. Sobre a investigação iniciada pela Comissão Estadual da Verdade Rubens Paiva, Ivan Seixas destaca ainda o fato de Claris Halliwell ter ingressado no Deops no dia da prisão de Devanir José de Carvalho, dirigente da organização clandestina Movimento Revolucionário Tiradentes (MRT), em 5 de abril de 1971. Torturado, Carvalho morreu dois depois. Em pesquisas realizadas pelo jornal O Estado de São Paulo, Halliwel é identificado como adido político do consulado e respondia ao cônsul-geral Frederic Chapin, que serviu no Brasil entre 1972-1980. O nome dele também aparece cinco vezes no NameBase, banco de dados privado sobre a comunidade de informações dos Estados Unidos. Um dos registros é uma lista, de 1983, com nomes de integrantes da Associação de Ex-Agentes de Inteligência, espécie de sindicato de agentes da área de informação aposentados.