Cyro Guedes Etchegoyen
Nome completo
Cyro Guedes Etchegoyen
Cronologia
1929-2012
Gênero
Masculino
Perfil histórico
Instâncias da atuação na repressão
Perfil de Atuação
Instituições estatais | Organizações clandestinas da repressão
Biografia
Coronel do Exército. Formado pela Academia Militar das Agulhas Negras em 1949, fez curso da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército (ECEME) em 1964, sendo instrutor na mesma até 1966. Participou da Missão Militar Brasileira de Instrução no Paraguai entre 1966 e 1969. De 1970 a 1974, serviu no gabinete do Ministro do Exército, General Orlando Geisel, assumindo a seção de contrainformações do Centro de Informações do Exército (CIE) de 1971 a 1974. O CIE foi o principal órgão de repressão das Forças Armadas. Diante de um Exército envolvido na política, o controle das informações passava a ter importância estratégica, assim como a prerrogativa das Forças Armadas de ter o controle da segurança interna, que a tornava um ostensivo instrumento de repressão política. O órgão especializou-se também em infiltrar militares nas organizações estudantis e sindicais. Segundo Cyro Guedes: Verificamos que o trabalho [de acabar com movimentos de oposição política] teria sucesso somente na base de infiltrações. Havia uma experiência policial nesse sentido, diferente, porque com outras finalidades e sempre lidando com marginais − eram os chamados “cachorros”. [...] Foi esse sistema que, evoluindo, destruiu as organizações subversivas. [...] A mudança encontrou dificuldades, mas passamos a formar o pessoal, insistindo na inteligência do trabalho. Foi essa evolução, de certo modo rápida, que acabou com eles. Não foi a queda do Lamarca que acelerou o processo de decomposição das esquerdas revolucionárias. Quando isso ocorreu, ele não mais pertencia à VPR [Vanguarda Popular Revolucionária], organização já em extinção. Nessa fase, chegamos a ter muitos infiltrados no MR-8 e no PCB. Aí está a verdade sobre o nosso sucesso na neutralização das organizações de esquerda. E eles sabem disso”. Em testemunho à CNV, Paulo Malhães, que foi capitão de cavalaria lotado no CIE, e um dos coordenadores da Casa da Morte de Petrópolis, apontou o tenente-coronel Cyro Guedes Etchegoyen, autoridade do CIE, como o responsável pela casa. Após deixar o CIE em 1974, assumiu o comando do 13º Grupo de Artilharia de Campanha, em Cachoeira do Sul (RS). Voltou a ser instrutor da ECEME e, entre 1979 e 1982, chefiou a divisão de Informações do II Exército. Passou para a Reserva em 1983.