Deoclécio Paulo
Nome completo
Deoclécio Paulo
Cronologia
1933
Gênero
Masculino
Perfil histórico
Instâncias da atuação na repressão
Perfil de Atuação
Biografia
Capitão do Exército. Serviu na área de informação (2a Seção) da Divisão Blindada do I Exército e foi auxiliar do adido da Aeronáutica e do Exército na Embaixada do Brasil no Chile, de 1972 a 1974. Relatório Final da CNV aponta que o governo Médici enviou ao Chile uma equipe de militares e policiais brasileiros, para interrogar sob tortura – segundo o depoimento de vários sobreviventes, seus compatriotas detidos no Estádio Nacional logo após o golpe militar naquele país. O Despacho-Telegráfico n. 460, de 16 de outubro de 1973, expedido para a Embaixada do Brasil em Santiago, registra a presença de agentes brasileiros no Estádio Nacional, acompanhados pelo adido do Exército, sargento Deoclécio Paulo, auxiliar do coronel Walter Mesquita de Siqueira. Telegramas da série do Ministério das Relações Exteriores registram também que o Itamaraty teve no mínimo conhecimento da presença desses agentes no Estádio Nacional: no dia 15 de outubro, a DSI recebe do Consulado-Geral a informação de que o vice-cônsul, ao apresentar-se no Estádio Nacional para entregar ao coronel Espinoza a lista de brasileiros cujo retorno ao não é desejado pelas autoridades brasileiras, “lá topou com aproximadamente cinco policiais brasileiros que se encontravam acompanhados pelo sargento Deoclécio Paulo, ordenança do adido militar à Embaixada do Brasil nesta Capital, e já estavam se ocupando da situação dos brasileiros ali detidos”. Seu nome também é citado em documentos do Ciex e do SNI, de 1976, que se referem a um relatório sobre a participação dos serviços de informação do Brasil no golpe que derrubou Salvador Allende. Relatório que estaria sendo confeccionado por asilados brasileiros no Chile. Deoclécio Paulo foi ouvido pela CNV e em seu depoimento negou ter estado no Estádio Nacional, negou qualquer conhecimento a respeito da equipe de agentes brasileiros, e afirmou que seu trabalho no escritório do adido consistia apenas em “datilografar coisas sem importância, como cartões de aniversário”. No entanto, Deoclécio Paulo, cujos assentamentos funcionais já indicavam participação anterior em missões da Seção de Informações do Exército brasileiro, foi laureado com a Medalha do Pacificador com Palma, outorgada “por atos pessoais de abnegação, coragem e bravura, praticados de 8 de maio de 1972 a 1o de novembro de 1974”.