Durval Ailton Moura Araújo
Nome completo
Durval Ailton Moura Araújo
Cronologia
1919-2019
Gênero
Masculino
Perfil histórico
Instâncias da atuação na repressão
Perfil de Atuação
Biografia
Iniciou suas atividades na Justiça Militar em 1947. No mesmo ano ingressou no Ministério Público Militar, em 1959 prestou concurso público para ingresso na carreira como efetivo, atuando na 2ª Auditoria da 2ª Região Militar, em São Paulo. Foi afastado do cargo no início de 1964 pelo ministro da Justiça, sendo reintegrado em abril de 1964, após a deposição de João Goulart. A partir daí construiu uma trajetória de destaque, tendo convívio com nomes importantes das engrenagens de repressão do regime, como o delegado Sérgio Fernando Paranhos Fleury. Como procurador, ajudou a encobrir centenas de crimes, como tortura e assassinato. Nos casos do jornalista Vladimir Herzog e do militante Olavo Hansen, ambos mortos sob tortura, Araújo recomendou arquivamento de processos e endossou a versão oficial de suicídio — uma praxe comum nos anos de repressão. A recompensa pelos serviços prestados por Araújo ao regime vinha na forma de promoções dentro do aparato jurídico da repressão. Segundo consta no texto do MPF, após arquivar as investigações do caso Hansen, Araújo foi promovido e homenageado por diversas autoridades, recebendo, inclusive, a Medalha do Pacificador, premiação tradicionalmente concedida àqueles que contribuíram para os crimes contra a humanidade durante o período da ditadura militar. Em julho de 1980, ascendeu ao cargo de procurador militar de primeira categoria, cargo que atualmente corresponde ao de procurador de Justiça Militar, funcionando na 2ª Auditoria da 2ª CJM, em São Paulo. Em janeiro de 1990, aposentou-se. Em entrevista ao jornal El País em março de 2019, o procurador aposentado falou sobre seu papel na ditadura: “Eu estava integrado [no aparato militar]. Não me arrependo de nada, prestei relevantes serviços ao país e ao Ministério Público Militar”.