Ednardo D’Avila Mello
Nome completo
Ednardo D'Avila Mello
Cronologia
1911-1984
Gênero
Masculino
Perfil histórico
Instâncias da atuação na repressão
Perfil de Atuação
Biografia
Ednardo Dávila Melo ingressou na Escola Militar do Realengo, no Rio de Janeiro, em 1928. Foi promovido a capitão em maio de 1937, tendo servido em unidades do Exército sediadas em diferentes regiões do país. Em 1944 integrou o Regimento Sampaio da Força Expedicionária Brasileira (FEB), que combateu na Itália. Seguindo na carreira militar, foi promovido a coronel, foi instrutor da Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais (EsAO) e da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército (ECEME). Esteve ainda no comando do 15º Regimento de Infantaria e foi comissionado no Estado-Maior do Exército (EME) em várias funções. Ocupou a chefia do Serviço de Informações e Contra-informações e pertenceu ao estado-maior da 4ª Região Militar (RM), sediada em Juiz de Fora (MG). Em 31 de março de 1964, Ednardo Melo servia na Paraíba, conseguindo a adesão do governador do estado, Pedro Gondim, e das unidades locais do Exército à rebelião. Foi promovido a general-de-brigada em março de 1965. Em 1969 foi designado adido militar junto à embaixada brasileira em Washington, onde chefiou a delegação do Brasil na Junta Interamericana de Defesa (JID) e depois a comandante da 7ª RM, em Recife. Em seguida foi vice-chefe do Departamento de Engenharia e Comunicações (DEC) do Exército, em Brasília. Em janeiro de 1974, Ednardo Melo assumiu o comando do II Exército, sediado em São Paulo, e sua atuação à frente do II Exército, como a dos oficiais que o antecederam no posto, foi marcada pela preocupação constante de combate à subversão. Já no discurso de posse, afirmou que suas atenções estariam sempre “voltadas para a segurança, baseada na vigilância ativa, permanente e equilibrada, em íntima relação com as demais autoridades civis e militares” e, eventualmente, demonstrava algum um descompasso em relação ao presidente Geisel Pronunciou palestra na Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra (ADESG), em São Paulo, com a presença, entre outras autoridades, do governador do estado Paulo Egídio Martins (1975-1979). A exposição, como outras tantas, foi centrada no combate à subversão. Afirmando que “o Exército não precisa de lições de democracia de quem quer que seja”, Ednardo Melo ressaltou “a importância do estudo da guerra revolucionária”. Ao final, teceu crítica à imprensa, que considerou “infiltrada de comunistas”. Durante seu comando no II Exército (1974-1976), morreram em decorrência de tortura o tenente da Polícia Militar José Ferreira de Almeida, o jornalista Vladimir Herzog. A versão oficial, corroborada com inquérito policial-militar (IPM) feito pelo II Exército, foi de suicídio. Com as mortes e falsas versões tomando proporções de crise e a morte do operário Manoel Fiel Filho, também anunciada com versão de suicídio provocou a demissão sumária de Ednardo por Geisel. Ednardo Melo foi designado para a chefia do Departamento de Ensino e Pesquisa do Exército, em Brasília, mas preferiu não assumir o cargo, tendo solicitado transferência para a reserva, imediatamente concedida.