Eduardo Gomes
Nome completo
Eduardo Gomes
Cronologia
1896-1981
Gênero
Masculino
Perfil histórico
Instâncias da atuação na repressão
Perfil de Atuação
Biografia
Marechal do ar. Eduardo Gomes terminou o curso secundário em 1912 e ingressou na carreira militar em sua terceira tentativa, matriculando-se em 1916. Ao longo de toda a década de 1920, participou de vários movimentos que caracterizaram o ciclo de revoltas tenentistas. Como exemplos: em 1918 participou do levante do forte de Copacabana; em julho de 1924 compôs o estado-maior da rebelião que se iniciava em São Paulo. Em viagem para juntar-se às forças lideradas por Luís Carlos Prestes no Sul do país, é preso em Santa Catarina. Levado para o Rio de Janeiro, cumpre pena na Casa de Detenção e no Corpo de Bombeiros, onde permaneceu incomunicável. Em 1925 é trazido para São Paulo e permanece no presídio da Imigração. Em 1926 é transferido para a ilha de Trindade, onde estavam presos oficiais das várias revoluções da década de 1920. Libertado em 1930, volta a conspirar contra o governo e participa da Revolução de 1930. Com a vitória do movimento e o início de um novo governo, Eduardo Gomes é promovido e passa a servir no gabinete do ministro da Guerra (atual Ministério do Exército) e posteriormente no Correio Aéreo Militar (CAM). Em 1935 recebe o comando do 1º Regimento de Aviação, posto que manteve até a instauração do Estado Novo em 1937, quando, por ser contrário ao golpe, apresentou pedido de demissão. Mantendo prestígio e liderança entre os militares, assumiu em 1938 a chefia do Serviço de Rotas e Bases Aéreas até 1941. Promovido novamente, Eduardo Gomes foi nomeado, ainda em 1941, a comandante da I e II zonas aéreas (ZA) sediadas em Belém e em Recife. Transferindo-se para Recife, sua missão era iniciar, nas duas cidades sob seu comando, a construção de bases aéreas, na época as maiores do mundo, com a ajuda de poderosos recursos norte-americanos. O Brasil, no contexto da Segunda Guerra Mundial, via sofrendo pressões dos EUA para que permitir que norte-americanos utilizassem as bases aéreas e navais em seu território. Eduardo Gomes manteve-se a frente das duas ZAs até 1945, quando foi lançado candidato à presidência da República. Ganhando apelo popular, o Brigadeiro Eduardo Gomes passou a ser designado como “candidato do povo”, “brigadeiro da libertação, “herói dos 18 do Forte”. Perdeu, no entanto, para Eurico Gaspar Dutra – candidato de Vargas. Concorrendo novamente para as eleições presidenciais de 1950, perdeu para Getúlio Vargas e, após sua segunda derrota eleitoral, retorna para o cargo de diretor das Rotas Aéreas da FAB. Fez, no entanto, forte oposição ao governo, intensificada com as campanhas difamatórias contra Vargas após o atentado da Rua Toneleros, cujo alvo era Carlos Lacerda. Gomes manteve-se, ao longo de todo o governo de Vargas, em tramas políticas conspiratórias contra o presidente. No governo seguinte, de Café Filho, assume o Ministério da Aeronáutica. Com a candidatura de Juscelino Kubitschek para a presidência da República, Eduardo Gomes volta a se aliar com opositores da candidatura civil e participa de várias crises político-militares no contexto, denunciando um suposto acordo da candidatura Juscelino com os comunistas e sobre uma hipotética fraude nas eleições. Em setembro de 1960 Eduardo Gomes foi reformado compulsoriamente, sendo promovido a marechal-do ar. Em 1964, quando da eclosão do movimento que derrubou Goulart, o brigadeiro estava no palácio Guanabara apoiando o então governador Carlos Lacerda, um dos principais impulsionadores dos militares. Gomes foi convidado a assumir o Ministério da Aeronáutica, deixando o cargo em 1967, no final do governo Castelo Branco, e dando por encerrada sua vida pública.