Ênio Pimentel da Silveira
Nome completo
Ênio Pimentel da Silveira
Cronologia
1936-1986
Gênero
Masculino
Codinome
Doutor Ney Borges de Medeiros; Dr. Nei
Perfil histórico
Instâncias da atuação na repressão
Autoria direta | Gestão de estrutura utilizada pela repressão
Perfil de Atuação
Biografia
Coronel do Exército. Serviu no Destacamento de Operações de Informações – Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi) do II Exército. de maio de 1970 a fevereiro de 1976. Período no qual teve participou de diversos casos de tortura, execução e desaparecimento forçado de militantes políticos, recebendo a Medalha do Pacificador com Palma em 1972. O DOI-Codi/SP contava com um comandante, necessariamente oficial superior, que era auxiliado por assessoria jurídica e policial chefiada por um delegado de polícia. Carlos Alberto Brilhante Ustra comandou o destacamento de 29 de setembro de 1970 a 23 de janeiro de 1974. O Setor Operacional era chefiado pelo capitão de artilharia Dalmo Lúcio Muniz Cyrillo, subcomandante do DOI, e estava dividido nas Seções de Investigação, de Informações e de Análise, e de Busca e Apreensão. Enquanto José Barros Paes esteve à frente da 2a seção, era Audir Santos Maciel quem respondia pelo DOI. A Seção de Investigação era chefiada pelo oficial do Exército Ênio Pimentel da Silveira, conhecido como dr. Ney ou ainda dr. Ney Borges de Medeiros. Seu substituto era o oficial do Exército Freddie Perdigão Pereira. As turmas de investigação recebiam as chamadas ordens de investigação (OI) diretamente de Ênio, saíam para as missões e, ao regressar, datilografavam seus relatórios e encaminhavam à mesma chefia. O oficial do Exército André Leite Pereira Filho, conhecido como dr. Edgar, respondia pela Seção de Informações e de Análise, alocada no prédio principal do 36o DP. Para quem olha essas instalações a partir da rua Tutoia, a metade direita do imóvel pertencia à delegacia, e a esquerda, ao DOI-CODI. No piso térreo ficava a carceragem. No andar superior, a Seção de Informações e de Análise. Em depoimento prestados à CNV, os ex-militares Roberto Artoni e Marival Chaves afirmaram que Severino Teodoro de Melo, figura proeminente na história do Partido Comunista Brasileiro (PCB), colaborou com o DOI-CODI/II Exército e era controlado diretamente pelo chefe da Seção de Investigação, Ênio Pimentel da Silveira. Em 1974 participou do evento conhecido como Massacre do Parque Nacional do Iguaçu, com a Operação Juriti. De acordo com as investigações realizadas pela CNV, participaram da fuzilaria os tenentes da 2ª Seção do 1º Batalhão de Fronteira, em Foz do Iguaçu Aramis Ramos Pedrosa e Jamil Jomar de Paula; de fora, vieram equipes dos majores do CIE Paulo Malhães e José Brant Teixeira, o “doutor César”, como o terceiro-sargento do CIE Rubens Gomes Carneiro, braço direito de Paulo Malhães, o soldado do CIE Antônio Waneir Pinheiro Lima, que usava o codinome Camarão, além de um agente com o codinome Presuntinho. Segundo Marival Chaves, o então cabo do Exército Félix Freire Dias, do CIE, também participou da operação.Outro oficial apontado é o então capitão de Artilharia Ênio Pimentel da Silveira, o “doutor Nei”. Já em 1976 participou de outro evento que também ficaria famoso: o Massacre da Casa da Lapa. A operação conduzida contra os dirigentes do Comitê Central do Partido Comunista do Brasil (PCdoB) foi comandada por Ênio Pimentel da Silveira. A versão oficial foi a de que houve resistência e troca de tiros, mas é uma versão inconsistente quando confrontada com relatos dos vizinhos, de jornalistas que chegaram ao local e com as provas da própria perícia. Houve duas perícias: um laudo de exame do local, assinado pelo perito Alceu Almeida Proença, e um laudo específico sobre as armas, assinado por Eliana Menezes Sansoni. Um laudo contradiz o outro. Em testemunho, o ex-delegado do DOPS do Espírito Santo, Cláudio Antônio Guerra, afirma que não houve tiroteio.