Ewaldo Miranda
Nome completo
Ewaldo Miranda
Gênero
Masculino
Perfil histórico
Instâncias da atuação na repressão
Perfil de Atuação
Biografia
Delegado de polícia. Atuou no Departamento de Ordem Política e Social do Rio Grande do Sul (DOPS/RS), sendo responsável pela morte de Angelina Gonçalves, operária tecelã e militante do PCB que morreu no dia 1º de maio de 1950, com um tiro na cabeça ao participar de manifestação pública pela comemoração do dia do trabalhador em Rio Grande (RS). A morte de Angelina marca o primeiro caso averiguado de vítima em manifestação pública no período coberto pela Lei da CNV (1946-88). No dia mencionado, Angelina e outros manifestantes saíram em passeata pelas ruas da cidade, mas foram reprimidos pela polícia local perto do estádio do Esporte Clube General Osório. Angelina e três outros operários foram baleados. Um jornal local relatou os acontecimentos. O recorte dessa publicação foi recolhido pela pesquisa do caso feita no processo da CEMDP: “[...] os manifestantes foram atacados pelo sr. dr. Ewaldo Miranda, delegado da Ordem Política e Social, pelo tenente Gonçalino Carvalho da Brigada Militar [...] fizeram ver aos promotores da passeata a necessidade de ser a mesma dissolvida, proibida que são tais manifestações. E aí surgiu o grave conflito que resultou nos graves e dolorosos acontecimentos. [...] Entre os mortos foram recolhidos [...] a senhora que carregava a bandeira brasileira e outro manifestante.” A versão oficial, narrada pelo jornal aponta que o tiroteio teve início a partir da radicalização dos manifestantes, que se recusaram a dispersar e acabar com a passeata. Outra versão, apresentada pelo Voz Operária, o conflito é descrito como “armadilha premeditada” da polícia, que teria chegado à manifestação com a intenção de dispersá-la, atirando nos manifestantes. Os manifestantes atingidos foram o pedreiro Euclides Pinto, o portuário Honório Alves de Couto e a tecelã Angelina Gonçalves. Também foi morto o ferroviário Osvaldino Correa, que havia saído do estádio para se incorporar à manifestação. Várias pessoas ficaram feridas, policiais e manifestantes, no entanto, muitos ativistas preferiram não buscar ajuda hospitalar com medo de serem identificados e fichados pela polícia.