Ezy Ramalho Feitosa
Nome completo
Ezy Ramalho Feitosa
Gênero
Masculino
Perfil histórico
Instâncias da atuação na repressão
Perfil de Atuação
Biografia
Soldado da Polícia Militar do estado de Mato Grosso. Em 1976 foi responsável pela execução do padre jesuíta João Bosco Penido Burnier que trabalhava com os índios bakairis na então Prelazia de Diamantino, em Mato Grosso. Burnier, a Convite do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), viajou em outubro de 1976 para São Félix do Araguaia para participar de uma reunião. No dia 11 do mesmo mês deixou São Félix para retornar ao seu trabalho. Viajou de carona com o bispo da prelazia local, dom Pedro Casaldáliga, que celebraria missa em Ribeirão Cascalheira (900 quilômetros a nordeste de Cuiabá) no feriado de 12 de outubro. Quando o bispo e o padre chegaram a Ribeirão Cascalheira foram informados que duas mulheres estariam sendo torturadas na delegacia local. A tortura era para que denunciassem o paradeiro de um parente que, dias antes, matara um policial. Dom Pedro Casaldáliga e Burnier dirigiram-se para a delegacia. O padre teria advertido o soldado da Polícia Militar, Ezy Ramalho Feitosa, que integrava a guarda que vigiava a delegacia, que o denunciaria a seus superiores, em Cuiabá, por tortura. A resposta do PM foi imediata: esbofeteou o sacerdote, desferiu uma coronhada de revólver em seu rosto, para em seguida disparar em sua face. Burnier foi socorrido por médicos da prelazia, ainda em Ribeirão Cascalheira e, posteriormente, removido de avião para o Instituto Neurológico de Goiânia (GO), onde morreu no dia 12. O PM Ezy foi expulso da corporação, esteve detido por alguns dias mas, posteriormente, foi posto em liberdade.