Fernando Belfort Bethlem
Nome completo
Fernando Belfort Bethlem
Cronologia
1914-2001
Gênero
Masculino
Perfil histórico
Instâncias da atuação na repressão
Perfil de Atuação
Biografia
Fernando Belfort Bethlem ingressou na Escola Militar do Realengo, no Rio de Janeiro, em 1932. Promovido a capitão em abril de 1943, participou, durante a Segunda Guerra Mundial, na Força Expedicionária Brasileira (FEB). Retornando ao Brasil foi sendo promovido, passando, inclusive pelo comando, em 1956, do 9º Regimento de Cavalaria, em São Gabriel (RS), onde teve como subordinado o major João Batista de Figueiredo. Fez também os cursos da Escola Superior de Guerra (ESG), do The Cavalary School, em Fort Riley, e um curso sobre blindados em Fort Knox, ambos nos Estados Unidos. Em 1961 serviu como adjunto da missão militar brasileira de instrução no Paraguai. Participou das articulações para o golpe de 1964. Comandando a Escola de Material Bélico, no Rio de Janeiro, recebeu ordens para neutralizar, com os blindados da Escola, as poderosas unidades da Vila Militar, também no Rio de Janeiro, que se supunha fossem fiéis ao governo deposto. Em 1965 serviu como chefe do Estado-Maior da 5ª Região Militar, em Curitiba. No ano seguinte, como general, foi chefe do Estado-Maior do II Exército, em São Paulo. Em 1967 assumiu o comando da principal unidade do II Exército no litoral paulista, localizado em Santos, permanecendo no comando dessa unidade até 1969. Entre 1971 e 1972 assumiu o comando da 2ª RM, período no qual o Exército esteve intimamente ligado à intensa repressão aos movimentos armados de oposição ao regime. Em 1974, já no governo de Geisel foi chefe de gabinete do ministro do Exército Vicente de Paulo Dale Coutinho, com quem servira na Segunda Guerra Mundial. Ainda em 1974 foi nomeado comandante do Comando Militar da Amazônia, sediado em Belém. Entre 1976 e 1977 esteve no comando do III Exército, em Porto Alegre. O combate à subversão foi o tema central de seu discurso de posse e viria a ser a tônica de todos os seus pronunciamentos posteriores, caracterizando o comunismo como “um inimigo hábil e poderoso, que procura atingir seus objetivos sem se deter diante dos meios mais condenáveis como a corrupção, o envolvimento da juventude, a calúnia e até mesmo o frio e covarde terrorismo”. Em fins de 1977 foi nomeado ministro do Exército, substituindo o general Sílvio Frota que acabara de ser exonerado pelo presidente. Em fevereiro de 1979 processou a revista Veja, que publicara reportagem intitulada “Descendo aos porões”, que trazia à luz os métodos de repressão empregados durante os governos militares, por considerá-la “ofensiva à imagem do Exército perante o povo”. Pouco antes, em entrevista concedida à imprensa em 8 de dezembro de 1978, entre outros tópicos abordados, o próprio general Bethlem teve de refutar a acusação de que, quando comandava a Artilharia de Costa e Antiaérea da 2ª Região Militar, em Santos, havia ordenado ao coronel Erasmo Dias, seu subordinado, que pusesse a bomba que explodiu no rumoroso atentado à sede do jornal O Estado de S. Paulo, ocorrido em 1968. Em 1979 entrou para a reserva, sendo em seguida designado embaixador do Brasil no Paraguai. Permaneceu no posto até 1984. De volta ao Brasil, ainda em 1984, não mais exerceu atividade profissional.