Floriano Aguilar Chagas

Biografia

General de divisão. Recebeu a Medalha do Pacificador em 1965. Foi adido do Exército na Embaixada do Brasil em Buenos Aires de 1973 a 1975, mantendo contato frequente com agentes argentinos e chilenos da área de informações. Relatório Final da CNV destaca informe do Ciex, de 14 de dezembro de 1973, em que o agente Alberto Conrado (codinome “Altair”) relata que estivera “várias vezes” com Joaquim Pires Cerveira no Chile. Cerveira havia sido banido em junho de 1970, negociado na soltura do embaixador alemão, sequestro em ação conjunta de organizações de esquerda (VPR e a ALN). O informe é parte das correspondências do contexto do sequestro de Cerveira e João Batista Rita em Buenos Aires, quando sua casa foi invadida por um grupo de policiais argentinos que tinham à sua frente um brasileiro “dizendo-se da Interpol”. João Batista também havia sido banido do Brasil após a troca pelo embaixador suíço, em janeiro de 197 pela VPR. Em seu informe, o agente do Ciex Alberto Conrado também indica que o “coronel Floriano” – coronel Floriano Aguilar Chagas, adido do Exército junto à Embaixada do Brasil em Buenos Aires à época – estaria vinculado tanto à operação de sequestro de Joaquim Pires Cerveira em Buenos Aires como à “penetração” no Brasil de um “comando argentino” de “peronistas de esquerda”. Já a relação de Floriano Aguilar Chagas com a polícia política chilena é apontada em memorando de n. 4, de 29 de outubro de 1974, do agente Arancibia Clavel. Clavel é Dirección de Inteligencia Nacional (DINA) e relata sobre “contatos estabelecidos: coronel Floriano Aguilar, Agregado Militar del Brasil, me ofreció información sobre la subversión argentina...”. Documentação recebida pela CNV do Ministério Público da Argentina confirma outros contatos do coronel Floriano Aguilar Chagas com agentes da Inteligência argentina e chilena em Buenos Aires nos anos de 1974 e 1975.