Francisco Moacyr Meyer Fontenelle
Nome completo
Francisco Moacyr Meyer Fontenelle
Cronologia
1929-1993
Gênero
Masculino
Codinome
major Fontenelle
Perfil histórico
Instâncias da atuação na repressão
Perfil de Atuação
Biografia
Coronel do Exército. Seu nome também é encontrado gravado como Francisco Moacyr Mayr ou Francisco Moacir Meyer Fontenelle. No contexto do golpe de 1964, o general Luiz Mendes da Silva, o primeiro governador do Território Federal do Amapá, nomeou o capitão Francisco Moacyr Meier Fontenelle para exercer o cargo de diretor da Divisão de Segurança e Guarda e Comandante da Guarda Territorial. O capitão desenvolvia suas atividades no 26º Batalhão de Caçadores, sediado em Belém, mas tinha sido cedido ao governo do Amapá nesse período. Posteriormente, serviu no 1o Batalhão de Polícia do Exército (BPE), no Rio de Janeiro, que estava sediado junto DOI-Codi/RJ. Era conhecido na época como major Fontenelle. Seu nome consta na denúncia oferecida pelo Ministério Público Federal como um dos responsáveis pelo sequestro, tortura e execução de Mário Alves de Souza Vieira em 1970, tendo participado, no entanto, de outros casos de tortura também. Segundo documento do MPF no caso de Mário Alves, fica comprovado que a vítima, em razão da natureza ilícita da detenção, da tortura e dos maus-tratos a ela infligidos pelos denunciados e por outros criminosos a eles consorciados, padeceu de gravíssimo sofrimento físico e moral. Francisco Moacyr Meyer Fontenelle, então major do Exército, figura com amplas descrições no Tomo V dos volumes I e II e no Tomo II, volume III do “Projeto Brasil Nunca Mais”, onde estão alguns dos comprovadamente envolvidos em tortura (pau de arara, choque, espancamento e simulação de fuzilamento). Em reportagem ao Jornal O Globo, uma mãe de preso político relembra seus périplos no quartel da PE, na Rua Barão de Mesquita, com um filho de meses a tiracolo. Segundo essa mãe, na entrada do quartel, o torturador Meyer Fontenelle negava informações sobre seu marido. Nas masmorras, em longas sessões de tortura, o agente da repressão repetia que o filho era a cara do pai, mas que ele jamais voltaria a ver o bebê. E dava detalhes da rotina da família e da criança, como quem avisa que a família seguia observada e refém da repressão. Recebeu a Medalha do Pacificador com Palma em 1971.