Guilherme Gomes Lund
Nome completo
Guilherme Gomes Lund
Cronologia
1947-1973
Gênero
Masculino
Perfil histórico
Mortos e desaparecidos políticos | Perseguidos políticos | Presos políticos
Profissão
Perfil de Atuação
Assuntos: Organizações
Partido Comunista do Brasil | Organizações estudantis universitárias
Biografia
Nascido no Rio de Janeiro (RJ), Guilherme Gomes Lund ingressou na faculdade de Arquitetura da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), no ano de 1967, onde conheceu Ciro Flávio Salasar de Oliveira, companheiro de militância que viria a desaparecer na guerrilha. Em 1968, participou da Passeata dos Cem Mil, o que resultou na sua prisão em flagrante por distribuir panfletos críticos ao regime. Detido e levado ao Departamento de Ordem Pública e Social – Guanabara (DOPS/GB), no dia 26/6/1968, ficou preso até 10/7/1968, quando foi liberado por meio de um habeas corpus. Depois de julgado e absolvido em primeira instância, foi condenado a seis meses de prisão após recurso apresentado pela promotoria nos dias que se seguiram ao AI-5. Mudou-se para o sul do país e não cumpriu sua pena, passando a viver na clandestinidade. Nesse momento já era militante do PCdoB e preparava-se para a adesão ao projeto de guerra popular do partido. Em fevereiro de 1970, mudou-se para a região da Faveira, no sudeste do Pará, onde passou a integrar o Destacamento A da guerrilha. Tornou-se bom mateiro e, no curso da guerrilha, foi transferido para o Destacamento C. Posteriormente, juntou-se à Comissão Militar, onde permaneceu até a data de sua morte, em dezembro de 1973. Guilherme Lund foi vítima de desaparecimento forçado durante a Operação Marajoara, planejada e comandada pela 8ª Região Militar (Belém) com cooperação do Centro de Informações do Exército (CIE). A Operação Marajoara foi iniciada em 7 de outubro de 1973, como uma operação “descaracterizada, repressiva e antiguerrilha”, ou seja, com uso de trajes civis e equipamentos diferenciados dos usados pelas Forças Armadas. O seu único objetivo foi destruir as forças guerrilheiras atuantes na área e sua “rede de apoio”, os camponeses que com eles mantinham ou haviam mantido algum tipo de contato. Segundo Relatório Arroyo, Guilherme era uma das 15 pessoas que se encontravam no acampamento da Comissão Militar na hora do ataque das Forças Armadas ocorrido em 25 de dezembro de 1973, episódio conhecido como “Chafurdo de Natal”. No Relatório do Ministério da Marinha de 1993 e no Relatório do CIE, Ministério do Exército também consta esta data para a morte de Guilherme. Tal informação é corroborada pelo depoimento do segundo tenente da Polícia Militar de Goiás, João Alves de Souza, prestado à Comissão Nacional da Verdade, em 20 de fevereiro de 2014, no qual ele confirma o nome de Guilherme entre os mortos no “Chafurdo de Natal”. No mesmo sentido, o Sargento Santa Cruz declarou à CNV que o guerrilheiro morreu no dia 25 de dezembro de 1973. Em 2010, a Corte Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) da Organização dos Estados Americanos (OEA) condenou o Brasil pela desaparição de 62
pessoas na região do Araguaia no caso Gomes Lund e outros (“Guerrilha do Araguaia”) vs. Brasil. Dentre todos os nomes está o de Guilherme, escolhido para dar título à ação.
Ano(s) de prisão
1968
Tempo total de encarceramento (aprox.)
15 dias
Cárceres
Assuntos: Lugares
Assuntos Temáticos
ATOS DE RESISTÊNCIA | DITADURA CIVIL - MILITAR NO BRASIL | HISTÓRIA DO BRASIL | JUSTIÇA DE TRANSIÇÃO | MORTOS E DESAPARECIDOS POLÍTICOS | VIOLAÇÃO DE DIREITOS HUMANOS > OCULTAÇÃO DE CADÁVERES | ORGANIZAÇÕES E PARTIDOS POLÍTICOS | ÓRGÃOS DE REPRESSÃO POLÍTICA | ORGANIZAÇÕES E PARTIDOS POLÍTICOS > PARTIDO COMUNISTA DO BRASIL | ORGANIZAÇÕES E PARTIDOS POLÍTICOS > PARTIDO COMUNISTA DO BRASIL > PCdoB | PERSEGUIDOS POLÍTICOS | VIOLAÇÃO DE DIREITOS HUMANOS