Humberto de Souza Mello
Nome completo
Humberto de Souza Mello
Cronologia
1908-1974
Gênero
Masculino
Perfil histórico
Instâncias da atuação na repressão
Gestão de estrutura utilizada pela repressão | Ideólogo | Político-institucional
Perfil de Atuação
Biografia
Humberto de Sousa Melo ou Humberto de Souza Mello ingressou em 1926 na Escola Militar do Realengo. Formado, passou a servir no 19º Batalhão de Caçadores (19º BC), sediado em Salvador. Com a eclosão da Revolução de 1930 aderiu à causa revolucionária sob o comando geral de Juarez Távora e, nesse contexto, foi designado comandante do 2º BC, participando do levante em localidades do interior baiano. Durante a Revolução Constitucionalista de 1932, Sousa Melo combateu os revoltosos em Guaratinguetá (SP) e Lorena (SP). Em 1934 foi instrutor-chefe da Polícia Militar e comandante da Guarda Civil do estado da Bahia, mas com início do Estado Novo e sendo o governador da Bahia, Juraci Magalhães, contrário à medida do presidente Vargas, Sousa Melo foi exonerado e transferido para o Rio de Janeiro. Em 1940 serviu no comando geral da Polícia Militar do Distrito Federal (Guanabara). Em 1943 desligou-se da Polícia Militar e se matriculou na Escola de Estado-Maior (EEM). Concluindo o curso foi designado para o estado-maior da 9ª RM, sediada em Campo Grande, então no estado de Mato Grosso e hoje capital de Mato Grosso do Sul. Em 1946, designado para servir no estado-maior da 7ª RM, em Recife, foi secretário de Segurança Pública e comandante-geral da Polícia Militar de Pernambuco. Em 1951 assumiu o comando da Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN) — sendo designado também subdiretor do Ensino Militar nessa instituição. Poucos anos depois passou a servir no Conselho de Segurança Nacional (CSN). Em 1958 ingressou também com parte do grupo de trabalho de preparação e organização do curso de informações da Escola Superior de Guerra (ESG). A partir de setembro desse ano exerceu a chefia do Serviço Federal de Informações e Contra-Informações, órgão vinculado à secretaria geral do CSN. Nos anos subsequentes exerceu o cargo de adido militar junto à embaixada do Brasil na Argentina e no Uruguai. No contexto do golpe de 1964 participou ativamente da conspiração e acabou designado pelo comandante do III Exército, general Justino Alves Bastos, para a chefia de um grupo de trabalho de ação psicológica para esclarecimento à opinião pública sobre a ação e os propósitos do novo regime. Já general, continuou sendo designado, de tempos em tempos, para cargos na ESG. Sua atribuição era orientar e coordenar os cursos, objetivando a manutenção da unidade doutrinária no âmbito da escola. Em julho de 1968 dirigiu o curso de atualização doutrinária destinado aos antigos diplomados, iniciativa conjunta da ESG e da Associação de Diplomados da Escola Superior de Guerra (ADESG). No mesmo ano tornou-se responsável pelos estabelecimentos de ensino incluindo todos os colégios militares do país, tanto no planejamento de ensino como em seus pronunciamentos. A preocupação era a de conduzir a juventude a uma formação ideológica única, tida como base para a unidade doutrinária nos quadros do Exército. Em 1971 assumiu o comando do II Exército, sediado em São Paulo. Durante os três anos em que permaneceu nesse comando pronunciou frequentes discursos nos quais demonstrava sua constante preocupação com a subversão, cujas “formas sub-reptícias”, em sua opinião, seriam tão perigosas quanto os atos de terrorismo. Nesse período dedicou-se também à reestruturação administrativa e ao reequipamento da tropa. Em 1974 foi nomeado chefe do Estado-Maior das Forças Armadas (EMFA) e passou a reserva alguns meses depois. Foi amigo pessoal de Plínio Correia de Oliveira, presidente da Sociedade Brasileira de Defesa da Tradição, Família e Propriedade (TFP).