Ibrahim Abi-Ackel
Nome completo
Ibrahim Abi-Ackel
Cronologia
1927-
Gênero
Masculino
Perfil histórico
Instâncias da atuação na repressão
Perfil de Atuação
Biografia
Ibrahim Abi-Ackel bacharelou-se pela Faculdade de Direito da Universidade do Rio de Janeiro e trabalhou como redator da revista A Cigarra. Passando a viver em Belo Horizonte, concorreu à Assembleia Legislativa no pleito de 1962 pelo Partido Social Democrático (PSD). No entanto, com a extinção dos partidos políticos pelo AI-2 e a posterior instauração do bipartidarismo, filiou-se ao partido governista da Aliança Renovadora Nacional (Arena) e foi seu líder na Assembleia mineira. Em 1966 elegeu-se deputado estadual já na nova legenda. Integrou a comissão encarregada de elaborar o anteprojeto da Constituição estadual, promulgada em 1967 em decorrência da nova Constituição federal. Em 1970 foi reeleito deputado estadual pela Arena e, no novo mandato, elaborou o projeto que, transformado em lei, instituiu o ensino e o trabalho obrigatórios nas prisões de Minas Gerais. Em 1974 elegeu-se deputado federal por Minas Gerais e assumiu a vice-liderança da Arena na Câmara. Nesse período foi relator da comissão parlamentar de inquérito instaurada para investigar o sistema penitenciário brasileiro. Em novembro de 1978 foi reeleito deputado federal, integrando no Congresso a comissão mista encarregada de examinar o projeto de anistia do governo – que resultou na Lei da Anistia promulgada em 28 de agosto de 1979. Com o fim do bipartidarismo, filiou-se à nova agremiação governista, o Partido Democrático Social (PDS). Em 1980 assumiu o Ministério da Justiça. Com relação aos atentados contra políticos e lideranças oposicionistas, que vinham ocorrendo no Rio de Janeiro e em São Paulo durante o ano de 1980, considerou-os “uma forma de comportamento incompatível com a orientação democrática do governo”. Na época, solicitou ao governador paulista Paulo Maluf rigorosa apuração no caso do atentado cometido contra o jurista Dalmo de Abreu Dallari. Também exigiu do senador Teotônio Vilela, do Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB) de Alagoas, que denunciara o envolvimento de organismos oficiais nos acontecimentos de São Paulo, a comprovação de tal denúncia. Frisou ainda que “acusações superficiais, genéricas ou tendenciosas” apenas tumultuariam as investigações. Já em agosto, quando o alvo dos atentados passou a ser as bancas que vendiam os jornais da chamada imprensa alternativa, reconheceu a morosidade na apuração das responsabilidades dos sucessivos atos, embora ponderasse que os resultados não poderiam ser imediatos porque os autores daqueles crimes eram “pessoas politicamente engajadas”. Com a transição democrática e início do governo Tancredo-Sarney, afastou-se da vida pública, mas foi destacado como principal personagem de um escândalo internacional. Em agosto de 1985, a Rede Globo transmitiu reportagem na qual dois americanos radicados no Brasil, o advogado Charles Hayes e o estudante Mark Lewis, acusaram Abi-Ackel de integrar uma rede internacional de contrabandistas de pedras preciosas. Segundo as denúncias, durante sua passagem pelo Ministério da Justiça e mesmo depois de sua gestão, quando se tornou procurador da Empresa Brasileira de Mineração, Abi-Ackel teria acobertado as atividades ilegais da Empresa, acusada de contrabandear gemas brasileiras para os Estados Unidos e outros países do exterior.