Innocêncio Fabrício de Mattos Beltrão
Nome completo
Innocêncio Fabrício de Mattos Beltrão
Cronologia
1931
Gênero
Masculino
Perfil histórico
Instâncias da atuação na repressão
Perfil de Atuação
Biografia
Major do Exército. Atuou na Operação Bandeirante (Oban) e no Destacamento de Operações de Informações – Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-CODI) do II Exército entre 1969 e 1970. Teve participação em casos de tortura e desaparecimento forçado, respondendo a denúncia do MPF pelo crime de lesa humanidade contra Virgílio Gomes da Silva. Segundo documento: “No dia 29 de setembro de 1969, por volta de 22h30min, em contexto de um ataque sistemático e generalizado à população civil, na Rua Tutóia, 1.100, São Paulo, na sede da Operação Bandeirante – Oban, onde posteriormente se institucionalizou o Destacamento de Operações de Informações do II Exército (DOI) em São Paulo, os denunciados Homero Cesar Machado, Maurício Lopes Lima, João Thomaz e Benone Arruda Albernaz , capitães chefes das equipes de interrogatório, com o auxílio e contribuição dos também capitães Dalmo Lucio Muniz Cirillo e Francisco Antonio Coutinho e Silva (conhecido como “Coutinho”) , do delegado Octávio Gonçalves Moreira Junior4, do sargento da PM Paulo Bordini, do Delegado da Polícia Militar Raul Nogueira Lima (“Raul Careca”), dos agentes policiais Mauricio Jose de Freitas (vulgarmente conhecido como “Lungaretti”), Paulo Rosa (vulgarmente conhecido como “Paulo Bexiga”), e de um agente da Polícia Federal conhecido apenas como “Americo” ou “Americano”, todos sob o comando do denunciado Major Inocêncio Fabrício de Matos Beltrão, este imediatamente subordinado ao Major Waldir Coelho, responsável pelo referido destacamento, de maneira consciente e voluntária, agindo em concurso e unidade de desígnios entre si, e também com outras pessoas até agora não totalmente identificadas, mataram a vítima Virgilio Gomes da Silva. [...] a ação foi executada mediante recurso que tornou impossível a defesa do ofendido. Tal recurso consistiu no emprego de emboscada planejada e executada por cerca de quinze agentes do Destacamento de Operações da OBAN - Operação Bandeirante para prender a vítima em sua residência (“aparelho”), situada na Avenida Duque de Caxias, 312, apartamento 23, em São Paulo, sequestrá-lo, encapuzá-lo e encaminhá-lo diretamente à sala de torturas da sede do destacamento, local em que permaneceu por cerca de dez horas sofrendo maus tratos que lhe ocasionaram grande debilidade física até a sua morte”. Em março de 1970 Innocêncio Fabrício foi colocado à disposição da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, sendo exonerado do comando do 2o Esquadrão REC-MEC/SP. Passou depois a servir no 15o REC-MEC/RJ. Recebeu a Medalha do Pacificador em 1984.