Ichiro Nagami
Nome completo
Ichiro Nagami
Cronologia
1941-1969
Gênero
Masculino
Codinome
Charles
Perfil histórico
Profissão
Perfil de Atuação
Assuntos: Organizações
Biografia
Ichiro Nagami nasceu no ano de 1941, na cidade de São Paulo (SP). Nesta cidade, atuava como professor do curso Equipe e era estudante de Filosofia. Na esfera política, usava o codinome Charles como militante da Ação Libertadora Nacional (ALN) e faleceu junto de seu companheiro de militância, Sérgio Roberto Corrêa, no dia 4 de setembro de 1969, quando o carro no qual se encontrava explodiu. A falsa versão veiculada era de que o Fusca azul onde se encontravam os militantes explodiu por volta das cinco horas da manhã, na rua da Consolação, em São Paulo (SP), danificando o prédio de quatro andares localizado a poucos metros de distância. Sérgio Roberto morreu imediatamente. A imprensa também noticiou que o corpo de Ishiro ficou jogado na calçada por algum tempo, até que os policiais o levaram ao Hospital das Clínicas, onde não resistiu, vindo a falecer. Ainda, de acordo com tal versão, os dois militantes da Ação Libertadora Nacional (ALN) supostamente conduziam explosivos no interior do Volkswagen com o intuito de provocar um atentado contra a sede da Nestlé, localizada a poucas quadras do local da explosão. Por seu turno, a Comissão dos Familiares de Mortos e Desaparecidos políticos, no livro Dossiê ditadura: mortos e desaparecidos políticos no Brasil (1964-1985), menciona que o carro dos militantes poderia estar sendo perseguido por outro veículo no momento da explosão e destaca que Ichiro Nagami teria sido levado ao hospital, onde foi forçado a informar o endereço de sua residência antes de morrer. Corroborando a versão de que Ichiro não faleceu na rua, o laudo de necropsia revela que seu corpo deu entrada no Instituto Médico- Legal somente às nove horas da manhã. A causa da morte é descrita como “choque traumático”. Não consta nenhum registro formal sobre sua entrada no hospital, como era frequente nas remoções realizadas pelos órgãos de repressão. Conforme informações do jornalista Percival de Souza, autor do livro Autópsia do Medo, concedidas a Belisário dos Santos Júnior, relator da CEMDP, o local do acidente foi vasculhado por agentes do DOI e o Delegado Hélio Tavares impediu o acesso da imprensa. Antes de morrer, Ichiro teria sido obrigado a revelar o endereço onde morava. Nos arquivos do Departamento de Ordem Política e Social (DOPS/SP) foram encontrados recortes de revistas indicando que o carro em que os militantes se encontravam fora perseguido por um Chevrolet Bel-Air que, após a explosão, desviou dos destroços e fugiu. Atendendo ao pedido do Delegado Titular do DOPS, Wanderico de Arruda Moraes, o corpo de Ichiro foi liberado à família e enterrado no dia 6 de setembro, no Cemitério de Picanço, em Guarulhos, (SP).
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