Jacy Ochsendorf e Souza
Nome completo
Jacy Ochsendorf e Souza
Cronologia
1945
Gênero
Masculino
Perfil histórico
Instâncias da atuação na repressão
Perfil de Atuação
Instituições estatais | Organizações clandestinas da repressão
Biografia
Capitão do Exército. Serviu no Destacamento de Operações de Informações - Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-CODI) do I Exército, no Rio de Janeiro, e na Casa da Morte, em Petrópolis (RJ), envolvendo-se com a morte e o desaparecimento do então deputado estadual Rubens Paiva, em 1971. Em 1972 recebeu a Medalha do Pacificador. Entre 1986 e 1987 foi agente do Centro de Informações do Exército (CIE) em Brasília. Sobre o caso Rubens Paiva, a versão oficial do Exército informa que Paiva teria fugido após a interceptação do veículo que o transportava, em suposta diligência do DOI, nas imediações do Alto da Boa Vista. Enquanto o capitão Raymundo Ronaldo Campos, que teria comandado a diligência, disse ter visto “uma pessoa atravessar a rua em meio a outro carro”, os irmãos sargentos Jurandyr e Jacy Ochsendorf e Souza, que também teriam participado da operação, dizem não poder afirmar ter visto o prisioneiro se evadir do local, nem precisar se quem transportavam era mesmo Rubens Paiva. Quando das investigações sobre o desaparecimento de Rubens Paiva, Jurandyr Ochsendorf e Souza declarou em inquérito policial de 25 de setembro de 1986, que: “[...] ao final do mês de janeiro do ano de 1971, o declarante estava recolhido num alojamento do DOI-CODI quando foi chamado para cumprir uma missão, que não soube precisar o horário [...] que após vestir-se, juntamente com seu irmão, apresentou-se ao oficial de permanência, que era o capitão Ronaldo [Raymundo Ronaldo Campos], o qual naquela oportunidade já se encontrava numa viatura Volkswagen sedan, com uma segunda pessoa; [...]; que na viatura seu irmão Jacy sentou-se ao lado dessa pessoa não identificada e que estava imediatamente atrás do motorista [...]; que naquela oportunidade, como era de praxe, a pessoa estava com um capuz sobre a cabeça; que após embarcarem no veículo seguiram em direção ao bairro da Tijuca [...]. Que a bem da verdade o declarante não sabia o nome do prisioneiro que estava conduzindo [...]”. Documento oficial, Boletim Interno Reservado no 9, do Ministério do Exército, de 30 de setembro de 1981, conta elogio do então coronel José Antônio Nogueira Belham, chefe de operações do CIE, ao segundo-sargento Jacy Ochsendorf e Souza por sempre conduzir “seus trabalhos com dedicação, eficiência e competência, tornando-se um dos responsáveis pelos êxitos alcançados pela S/104 (Seção de Operações)”. Já no contexto da atuação da Comissão Nacional da Verdade, em depoimento o ex-analista do CIE e do DOI Marival Chaves acusou Jacy Ochsendorf de ser também o responsável em Brasília pelos agentes infiltrados entre os montoneros exilados no Brasil. Jacy prestou depoimento à CNV em julho de 2014, negando-se a responder às perguntas. Também em 2014 Jacy foi denunciado criminalmente pelo Ministério Público Federal no Rio de Janeiro, juntamente com outros quatro militares reformados do Exército, por homicídio e ocultação do cadáver, além de associação criminosa armada e três deles por fraude processual.