José Anselmo dos Santos
Nome completo
José Anselmo dos Santos
Cronologia
1942
Gênero
Masculino
Codinome
Cabo Anselmo
Perfil histórico
Instâncias da atuação na repressão
Perfil de Atuação
Biografia
José Anselmo dos Santos, mais conhecido como cabo Anselmo, foi líder da Associação de Marinheiros e Fuzileiros Navais do Brasil nos protestos que antecederam o golpe de 1964. Anos depois, no contexto da ditadura, foi convertido em agente infiltrado, ou, como também eram conhecidos: “cachorros” – termo pejorativo utilizado para os militantes das organizações de esquerda que seriam coagidos a mudar de lado e atuar como infiltrados das forças repressivas. Nesse quadro, cabo Anselmo foi controlado pelo Cenimar, órgão de informação da Marinha, e foi responsável pela delação de vários militantes vinculados aos grupos de oposição, sendo um dos casos mais emblemáticos o do Massacre da Granja São Bento em 1973. As delações de Anselmo levaram à execução de seis militantes da Vanguarda Popular Revolucionária (VPR), sendo uma delas a sua companheira grávida. O “Relatório de Paquera”, incluído no processo da CEMDP relativo a esse caso, indica que as vítimas da chacina haviam voltado a organizar o movimento político muito em função do comando de cabo Anselmo, cujo duplo papel de colaborador também ficou provado. Trecho do relatório, produzido para o Deops/SP, ressalta o contato do agente infiltrado com as vítimas antes da chacina. Sobre a relação Cenimar e Deops/SP, Relatório Final da CNV também destaca que, a partir de 1971, quando ocorreu um afastamento entre o comando do DOI-Codi/SP e o delegado Sérgio Fleury do Deops/SP, o Cenimar passou a utilizar os serviços do delegado e de sua equipe em várias operações, como na prisão de Bacuri, ou no controle de um dos mais conhecidos infiltrados, o cabo Anselmo.