José Brant Teixeira
Nome completo
José Brant Teixeira
Cronologia
1934
Gênero
Masculino
Codinome
Dr. César
Perfil histórico
Instâncias da atuação na repressão
Perfil de Atuação
Instituições estatais | Organizações clandestinas da repressão | Órgãos de informação
Biografia
Tenente-coronel do Exército. Recebeu a Medalha do Pacificador com Palma em 1971. Esteve vinculado ao Centro de Informações do Exército (CIE) de 1971 a 1979, quando passou a prestar serviços ao Serviço Nacional de Informações (SNI), atuando na repressão a estrangeiros no Brasil e em missões transfronteiriças. Participou, por exemplo, da eliminação do grupo de Onofre Pinto no Massacre do Parque Nacional do Iguaçu em 1974 e o êxito da operação clandestina teria dado a Paulo Malhães e José Brant Teixeira, majores do CIE, grande prestígio dentro dos órgãos de repressão política. Durante os governos Médici, Geisel e Figueiredo, Brant esteve lotado no gabinete do ministro do Exército e chefiou a equipe do CIE que atuava na Casa da Morte, centro clandestino localizado em Petrópolis (RJ). Sobre a Casa da Morte, testemunho do ex-cabo Félix Freire, de codinome Magro, ouvido pela CNV em 31 de outubro de 2013, reconheceu ter trabalhado em Petrópolis em subordinação aos oficiais do Exército Paulo Malhães e José Brant Teixeira, em Brasília, para além de ter sido motorista em missões realizadas nas décadas de 1970 e 1980 por José Brant Teixeira na região de Xambioá, atualmente no estado do Tocantins. Brant atuou na repressão da Guerrilha do Araguaia, para a qual fora também utilizados aviões do Incra para transportar militares disfarçados de servidores públicos, como o capitão José Brant Teixeira, oficial de gabinete do Ministério do Exército. Em outubro de 1972, Brant esteve por dois dias na região do Araguaia, quando servia no gabinete do então ministro do Exército, Orlando Geisel. No ano seguinte, voltou à região nos dias 21 e 22 de julho, tendo usado o avião do Incra para se transportar. O capitão representava um elo com o alto escalão do Ministério do Exército, o que lhe rendeu elogios do chefe do CIE, general Milton Tavares de Souza. De acordo com Souza, Brant teve destacada atuação na luta contra os guerrilheiros no sudeste do Pará. Já entre 1973 e 1976 esteve ligado à Operação Radar, comandada pelo chefe do DOI do II Exército, o tenente-coronel Audir dos Santos Maciel, em colaboração com oficiais do CIE, como os majores Paulo Malhães e José Brant Teixeira. Como se fazia no combate a grupos armados, formou-se um grupo secreto do qual participavam delegados do DOPS, como José Francisco Setta e Alcides Singillo. Foram usadas chácaras clandestinas para facilitar o desaparecimento forçado dos corpos. Convocado pela CNV em setembro de 2014, alegou que só prestaria depoimento mediante autorização do comando do Exército, tendo a CNV solicitado ao Ministério da Defesa a adoção de providências com vistas à apuração de infração disciplinar.