Lúcia Maria de Souza
Nome completo
Lúcia Maria de Souza
Cronologia
1944-1973
Gênero
Feminino
Codinome
Sônia
Perfil histórico
Profissão
Perfil de Atuação
Movimento estudantil | Organizações de esquerda | Partidos políticos
Assuntos: Organizações
Biografia
Nascida em São Gonçalo (RJ), Lucia Maria de Souza foi educada em um asilo – a União das Operárias de Jesus. Lucia vinha de família pobre e desde cedo teve que trabalhar: foi funcionária de uma fábrica local da Coca-Cola e, através de seu trabalho, financiou seus estudos. Conseguiu entrar na Escola de Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro e, entre 1969 e 1970, foi responsável pela impressão e distribuição do jornal Classe Operária. Segundo documento do Serviço Nacional de Informações, participava do Comitê Universitário do PCdoB, formando parte da Secretaria de Agitação e Propaganda, cuja responsabilidade principal era a edição do jornal A Luta. Em sua militância no Rio de Janeiro, se aproximou de Jana Moroni, que seria sua companheira de guerrilha no Araguaia. No início de 1971, quando cursava o quarto ano de medicina e era estagiária do Hospital Pedro Ernesto, mudou-se para a região do “Chega com Jeito”, na localidade de Brejo Grande (PA). Passou a integrar o Destacamento A da guerrilha e tornou-se conhecida como Sônia. Contou com grande simpatia da população que habitava a região do Brejo Grande, em decorrência dos inúmeros partos e pequenos procedimentos médicos que realizou. O Relatório Arroyo descreve o episódio que teria resultado na morte de Lucia, em 24 de outubro de 1973; Sônia (Lucia Maria) e Manuel (Rodolfo de Carvalho Troiano) estariam caminhando e foram emboscados pela patrulha do Exército. Lucia levou um tiro e ficou ferida, posteriormente teria sido morta a tiros. O relatório do Ministério do Exército, entregue na mesma ocasião, confirma a data citada, mas acrescenta que Lucia foi morta “em confronto com as forças de segurança ocorrido entre Xambioá e Marabá”. Já o relatório do CIE, Ministério do Exército, assenta sua morte em 25 de outubro de 1973. Em entrevista ao site Ternuma, Lício Augusto Ribeiro Maciel informou que estava seguindo o grupo de Sônia e que a guerrilheira teria sido alvejada após resistir à ordem de prisão. Lício afirma que, ao aproximar-se de Lucia, foi atingido por disparos dela e, em ato contínuo, os demais militares atiraram na guerrilheira, matando-a. Esse relato é corroborado no livro de Luiz Maklouff, O coronel rompe o silêncio, em que o militar identifica também como participantes da operação: Sebastião Moura, Cid – codinome de José Conegundes do Nascimento –, e J. Peter – codinome de João Pedro do Rego. Lucia teria morrido em uma localidade denominada Grota da Borracheira ou Grota da Água Fria, segundo depoimentos elencados no livro Dossiê ditadura. De acordo com a mesma fonte, seu corpo teria sido abandonado no local. Lucia Maria de Souza foi vítima de desaparecimento forçado durante a Operação Marajoara. Em 2010, a Corte
Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) da Organização dos Estados Americanos (OEA) condenou o Brasil pela desaparição de 62 pessoas na região do Araguaia no caso Gomes Lund e outros (“Guerrilha do Araguaia”) vs. Brasil, dentre elas está Lucia Maria de Souza.
Assuntos: Eventos
Assuntos Temáticos
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