Raul Amaro Nin Ferreira
Nome completo
Raul Amaro Nin Ferreira
Cronologia
1944-1971
Gênero
Masculino
Perfil histórico
Profissão
Perfil de Atuação
Assuntos: Organizações
Juventude Estudantil Católica | Movimento Solidarista Universitário | Diretório Central de Estudantes
Biografia
Nascido no Rio de Janeiro, Raul começou o curso ginasial no Colégio São Bento, no Rio de Janeiro, onde participou da Juventude Estudantil Católica (JEC) e da Academia Literária. Posteriormente, em 1963, entrou para a Escola Politécnica da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio). Iniciou sua militância política ainda no primeiro ano da Faculdade de Engenharia, quando se aproximou do movimento estudantil, especialmente de grupos católicos, como o Movimento Solidarista Universitário (MSU). Integrou o Diretório Central dos Estudantes (DCE), ocupando o cargo de tesoureiro, mas foi se afastando gradualmente da política estudantil. Em 1968, ano marcado por protestos, movimentos sociais e estudantis que tiveram lugar em diferentes partes do Brasil e do mundo, Raul Amaro participou de uma série de manifestações no Rio de Janeiro, como a passeata dos 100 mil e dos 50 mil. Em meados de 1970, passou a participar da rede de apoio ao Movimento Revolucionário 8 de Outubro (MR-8). Morreu aos 27 anos de idade, nas dependências do Hospital Central do Exército (HCE), depois de ter sido preso e torturado em ação perpetrada por agentes do Estado. Na noite do dia 31 de julho, quando dirigia em direção a um restaurante em Copacabana, Raul foi parado, junto com um grupo de amigos, por uma blitz de soldados do Exército, sendo liberado após a identificação de todos. Mais tarde, contudo, ao sair do restaurante, por volta de 1h30 da madrugada do dia 1º de agosto, foram novamente parados por uma operação policial intitulada “Para-Pedro”, realizada na rua Ipiranga, no bairro de Laranjeiras, e foram presos. Raul Amaro permaneceu preso durante toda a manhã do dia 1º de agosto no prédio do Departamento de Ordem Política e Social (DOPS-GB). Foi levado ao seu apartamento para que revistassem o local, quando os agentes de segurança alegaram ter encontrado materiais considerados “subversivos”, dentre os quais um mimeógrafo, transmissores de rádio e alguns panfletos referentes às organizações MURD e MR-8. Por volta das 8h da noite, a equipe do agente Mario Borges saiu da residência, levando Raul algemado, recusando-se a informar para onde ele seria levado. Raul Ferreira foi interrogado sob tortura na sede do DOPS e posteriormente no DOI-CODI no Rio de Janeiro por três dias, até que foi encaminhado para o Hospital Central do Exército (HCE). Nos dias que permaneceu no interior do HCE, Raul foi novamente submetido a interrogatório sob tortura, e nos dias 11 ou 12 de agosto faleceu, vítima de espancamento.
Ano(s) de prisão
1971
Tempo total de encarceramento (aprox.)
11 dias
Cárceres
Assuntos: Lugares
Assuntos Temáticos
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