Suely Yumiko Kanayama
Nome completo
Suely Yumiko Kanayama
Cronologia
1948-1974
Gênero
Feminino
Codinome
Chica
Perfil histórico
Mortos e desaparecidos políticos | Perseguidos políticos | Presos políticos
Profissão
Perfil de Atuação
Assuntos: Organizações
Biografia
Suely Yumiko Kanayama nasceu em Coronel Macedo, interior de São Paulo. Filha mais velha de um casal de imigrantes japoneses. Em 1967, concluiu o ensino médio e ingressou na Universidade de São Paulo (USP) para cursar Língua Portuguesa e Germânica. No período em que esteve na USP iniciou na militância política pela Ação Popular (AP) com Rioko Kaiano. Posteriormente, por convite de Nair Kobashi, ambas passaram a militar no Partido Comunista do Brasil (PCdoB). Devido ao clima de grande ofensiva do aparato repressivo do regime militar precisou viver na clandestinidade e mudou-se para região próxima ao rio Araguaia, no sudeste do Pará, em 1971, sendo uma das últimas a integrar-se ao Destacamento B, onde utilizava o codinome Chica. A última informação que consta sobre Suely no Relatório Arroyo é que, junto com José Maurílio Patrício, havia saído antes do dia 25 de dezembro de 1973 para buscar Cilon Cunha Brum e José Lima Piauhy Dourado. Deveriam retornar no dia 28 ao local onde ocorreu a investida contra a Comissão Militar, mas nunca mais foram vistos. O relatório do CIE informa que Suely foi morta em setembro de 1974. O relatório do Ministério da Marinha, de 1993, indica a mesma data de falecimento. Em uma reportagem divulgada no ano de 1979 pelo Diário Nippak, relacionada no Dossiê ditadura, é relatado que Suely foi metralhada por militares e enterrada em Xambioá. Algum tempo depois seu corpo teria sido exumado por desconhecidos. Entretanto, o camponês Josias Gonçalves de Souza, conhecido como Jonas, em depoimento publicado pelo jornal No Mínimo, no dia 20 de janeiro de 2005, afirma que conviveu por um tempo com Suely na Base Militar de Xambioá, contrariando a hipótese de sua morte por um cerco militar antes de ser levada ao local. Em depoimento prestado à Comissão Nacional da Verdade (CNV), em 19 de novembro de 2013, o sargento do Exército João Santa Cruz Sacramento relatou que Suely havia sido levada para interrogatório e que posteriormente teriam dado uma injeção letal e enterrado seu corpo próximo a uma pista de avião. Sobre as circunstâncias de seu sepultamento, em entrevista concedida à revista Veja, em outubro de 1993, o coronel da Aeronáutica Pedro Cabral afirmou que Suely foi morta no final de 1974 e que seu corpo foi enterrado na Base Militar da Bacaba. Informou ainda que, durante a Operação Limpeza, seus restos mortais foram desenterrados, colocados em saco plástico e transportados para a Serra das Andorinhas. Suely Yumiko Kanayama foi vítima de desaparecimento forçado durante a Operação Marajoara, planejada e comandada pela 8ª Região Militar (Belém) com cooperação do Centro de Informações do Exército (CIE). Em 2010, a Corte Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) da Organização dos Estados Americanos (OEA) condenou o Brasil pelo desaparecimento de 62 pessoas na região do Araguaia no caso Gomes Lund e outros (“Guerrilha do Araguaia”) vs. Brasil, dentre elas, Suely.
Ano(s) de prisão
1974
Assuntos: Eventos
Assuntos Temáticos
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