Entrevista com Laura Finocchiaro

Resumo da entrevista

A entrevistada começa a entrevista recordando a história de seus pais e sua infância em Porto Alegre. Relata a importância de sua irmã Lory F. em sua formação musical e nos seus primeiros contatos com a contracultura e com o rock progressivo dos anos 1970. Relata seus incômodos com a maneira como a ditadura era vivida em seu ambiente familiar e as mudanças na dinâmica familiar com a morte de seu pai, quando ela tinha 15 anos. Conta que durante a infância e a adolescência não tinha nenhuma referência sobre homossexualidade. Conta que o seu despertar sexual foi mais demorado e que costumava tocar violão nas festas de amigos. Em uma dessas festas, recebeu um convite do cantor e compositor Carlinhos Hartlieb para fazer seu primeiro show. Relata sua primeira paixão por uma mulher e a sua importância para o seu despertar sexual. Descreve a cena musical de Porto Alegre no início dos anos 1980. Relata o início da sua carreira musical, as apresentações no bar da Vanda, frequentado por lésbicas, e o convite de Marcinho Ramos para ser vocalista da banda O Beco. Conta o processo de contar da sua sexualidade para sua mãe. Conta que em Porto Alegre não sentia a polícia como uma ameaça, nem se interessava por política, devido à sua origem socioeconômica. Relata a sua participação, em 1982, no 1º Festival Nacional de Mulheres nas Artes, promovido por Ruth Escobar, em São Paulo. No ano seguinte, decide ficar em São Paulo após vencer o Festival Boca no Trombone promovido pelo Teatro Lira Paulistana. Conta o que foi o Teatro Lira Paulistana e a sua importância no cenário artístico e cultural de vanguarda no começo dos anos 1980. Relata a repercussão midiática resultante da sua participação neste festival, sobretudo, por ela ser uma mulher guitarrista e de suas participações no programa “Fábrica do Som”, da Tv Cultura. Conta o apoio que encontrou em algumas pessoas em São Paulo para divulgar a sua música. Reflete sobre o processo de derrocada do Lira Paulistana. Conta a ajuda que recebeu de amigos, entre eles Vange Leonel, para estabelecer-se em São Paulo. Conta sobre sua experiência produzindo trilhas sonoras para programas de televisão, como a “Tv Colosso” (Rede Globo) e a “Casa dos Artistas” (SBT). Descreve alguns espaços de sociabilidade que frequentou em São Paulo: Madame Satã, onde conheceu Cazuza, Rose Bombom, Latitude, Radar Tantã. Conta sobre como começou a trabalhar com composição e produção de trilhas sonoras para publicidade, curtas metragens e desfiles de moda. Conta suas percepções sobre o machismo na cena musical de São Paulo. Relata seu envolvimento nas manifestações pelas Diretas Já. Conta o processo de adoecimento de Lory F. por decorrência do vírus HIV e o seu envolvimento na luta contra a epidemia de HIV/Aids após o seu falecimento, em 1993. Relata o processo de criação do Festival Mix Brasil por Suzy Capó. Conta sobre sua participação em uma edição do “Globo Repórter” em que falou sobre sua sexualidade e sua relação com Suzy Capó, em 1996. Conta sobre sua participação nas primeiras edições da Parada do Orgulho LGBT de São Paulo. Relata o seu processo de conversão ao budismo, após a morte de sua irmã, e sobre a gravação de um disco de mantras, distribuído pela Editora Abril. Reflete sobre a repercussão da sua participação na Parada do Orgulho LGBT de São Paulo. Conta sobre suas composições de música eletrônica, nos anos 1990. Reflete sobre sua trajetória como cantora e compositora lésbica e da cena independente. Finaliza a entrevista apresentando as canções “A gata da rua”, sua primeira composição autoral, de 1981, e “Hino da Diversidade”, canção que ela lançou em 2001 para a Parada do Orgulho LGBT de São Paulo.