Entrevista com Maria Aparecida dos Santos

Resumo da entrevista

A entrevista, realizada no interior da sede da União Geral dos Trabalhadores de Ribeirão Preto (UGT), abordou o contexto de criação deste lugar de memória e sua atuação ligada à resistência política durante a Era Vargas e durante a ditadura civil-militar. As informações relatadas nesta entrevista são fruto da pesquisa historiográfica independente realizada por Cidinha, com base em jornais da época que abordam a função social e política da UGT e a atuação de personagens que fizeram parte deste contexto. Em paralelo a esta narrativa, Cidinha abordou sua trajetória de militância política na luta contra a ditadura, inicialmente aliada ao Partido Comunista Brasileiro (PCB) e a partir de 1968, à Ação Libertadora Nacional (ALN). Segundo informações trazidas pela entrevistada, a UGT de Ribeirão Preto quando foi fundada em 1925, era composta essencialmente por trabalhadores anarco sindicalistas, comunistas e socialistas. Então, a partir de 1934 passou a servir como sede do PCB, que promovia além de reuniões políticas, diversas atividades recreativas à comunidade. Segundo análise de Cidinha, Ribeirão Preto mostra-se, através da história, uma cidade politicamente estratégica e intensamente atuante, tendo sido por isso, extremamente vigiada pela repressão durante a ditadura. Informou ainda que em 2003 teve início o processo de patrimonialização da UGT com apoio do Ministério Público e atualmente, a sede abriga o Memorial da Classe Operária. Por fim, Cidinha fez um alerta sobre a desmobilização da esquerda no Brasil, que segundo ela, coloca em risco as conquistas democráticas.