Resumo da entrevista
Aberta com o testemunho de Maria Amélia Teles, esta coleta pública relembrou a constituição, em 1991, da Comissão Especial para recebimento dos arquivos do Deops/SP que se encontravam desde 1983 em poder da Polícia Federal, e abordou a luta pela abertura desses arquivos, que estavam passando à gestão do Arquivo Público do Estado de São Paulo (Apesp). Maria Amélia também denunciou ter havido manipulação por parte de ex-integrantes da repressão nos documentos pertencentes ao Arquivo Deops antes que estes fossem entregues à Comissão Especial. Passada a palavra para a professora Maria Aparecido Aquino, esta contou como se deu o convite para trabalhar com o Arquivo do Deops, como foi estruturada a equipe de trabalho e como este processo de abertura dos documentos se organizou internamente até a sua publicização. Por fim, falou sobre as principais contribuições dadas à historiografia da ditadura a partir da abertura do Arquivo Deops/SP. Por fim, Marlon Weichert abordou o conceito de justiça de transição, entendida como um conjunto de medidas recomendadas para promoção ou reforço da democracia em busca da não perpetuação das violências contra a humanidade. Falou também sobre o trabalho desenvolvido pelo Ministério Público e, com base em um entendimento jurídico, discorreu sobre a importância e o papel do Arquivo Deops/SP para o desenvolvimento e aplicação da justiça de transição e do Direito à Memória e à Verdade no país.
