Entrevista com Pedro Lobo de Oliveira

Resumo da entrevista

Pedro Lobo ingressou na carreira militar em 1957. Em 1960 tornou-se representante do Centro Social dos Cabos e Soldados, ligada ao Partido Comunista Brasileiro (PCB). Manifestações políticas do grupo resultaram em seu primeiro processo de prisão, efetuada no Presídio Barro Branco. Com a deflagração do golpe de 1964, Pedro foi exonerado do cargo, sem causa formada ou direito à defesa. Nesse contexto, ingressou na luta armada através da Vanguarda Popular Revolucionária (VPR). Participou de diversas ações de guerrilha urbana comandadas por Carlos Lamarca, como assalto a bancos e quartéis, bombardeios, treinamentos de guerrilha e na ação contra o capitão norte-americano Charles Chandler. Devido à infiltração de agentes da repressão, foi preso em 1969 durante o planejamento do assalto ao 4º Regimento de Infantaria em Quitaúna. Foi aberto um inquérito policial sobre a VPR e Pedro permaneceu preso por um ano e meio, entre as dependências do Deops/SP, Presídio Tiradentes, Carandiru e no Quartel da Polícia do Exército, onde sofreu torturas. Em fins de 1970, a VPR e outras organizações se uniram para o sequestro do Embaixador Alemão e exigiram em troca a soltura de 40 presos políticos, dentre eles Pedro Lobo, que se exilou no exterior. Regressou ao Brasil em 1980 com sua defesa elaborada pelo Dr. Luiz Eduardo Greenhalgh. Pedro luta contra a noção de terrorismo associada às ações armadas de resistência, justificando que tais ações se fizeram necessárias frente às condições impostas pela repressão.