Carlos Alberto Brilhante Ustra
Nome completo
Carlos Alberto Brilhante Ustra
Cronologia
1932-2015
Gênero
Masculino
Codinome
Tibiriçá; Correa; Doutor Silva; Doutor Tibiriçá
Perfil histórico
Instâncias da atuação na repressão
Autoria direta | Gestão de estrutura utilizada pela repressão
Perfil de Atuação
Biografia
O DOI-CODI do II Exército contava com um comandante, necessariamente oficial superior, que era auxiliado por assessoria jurídica e policial chefiada por um delegado de polícia. Carlos Alberto Brilhante Ustra comandou o destacamento de 29 de setembro de 1970 a 23 de janeiro de 1974, período que concentrou maior número de crimes promovidos nas dependências do DOI: 55 vítimas entre mortos e desaparecidos políticos. Após comandar o DOI-CODI da Rua Tutoia, Ustra foi promovido a coronel e transferido para Brasília, chefiando curso da Escola Nacional de Informações (EsNI), onde instruiu por quase seis meses. Na EsNI passou a difundir, para alunos vindos de variados órgãos do país, as táticas e técnicas empregadas pelo DOI-CODI/II Exército. Nesse período (após 1976) os currículos de formação dos cursos A, B, C1 e C2 da EsNI passaram a contar com um módulo específico sobre o DOI-CODI. Em audiência pública da CNV, Ustra confirmou que, quando era instrutor da EsNI, confeccionou apostila sobre “Cobertura de ponto e neutralização de aparelhos”. Deixando a EsNI, integrou os quadros do Centro de Informações do Exército (CIE), sendo promovido, em 30 de abril de 1975, a tenente-coronel “por merecimento”. Em 2013, foi denunciado pelo Ministério Público Federal, junto com Alcides Singillo pela ocultação do cadáver de Torigoe (Processo no 0004823-25.2013.4.03.6181). Também foi réu em ação penal ajuizada pelo MPF em São Paulo em 17 de outubro de 2012 (Processo no 0011580-69.2012.403.6181), acusado de “privar ilegalmente a vítima Edgard de Aquino Duarte de sua liberdade, mediante sequestro cometido no contexto de um ataque estatal sistemático e generalizado contra a população, tendo eles pleno conhecimento das circunstâncias desse ataque”. Como coronel reformado do Exército foi condenado pela Justiça de São Paulo a pagar uma indenização de R$ 100 mil à família do jornalista Luiz Eduardo da Rocha Merlino, vítima de tortura e morto em 19 de julho de 1971 nas dependências do DOI-CODI. Ustra tem seu nome envolvido em crime de lesa humanidade contra Aluísio Palhano Pedreira Ferreira, Joaquim Alencar de Seixas e também Alexandre Vanucchi Leme. Considerado torturador pela Justiça Ustra é dos mais notórios agentes da repressão. Entre 1984 e 1986 foi nomeado Adido Militar no Uruguai. Recebeu a Medalha do Pacificador com Palma em 1972.