Resumo da entrevista
O entrevistado narrou sobre o início de seu envolvimento com as questões políticas ao ingressar como aluno na Faculdade de Economia da Universidade de São Paulo, no ano de 1967. Em decorrência de sua militância no movimento estudantil, e por sua proximidade com organizações da luta armada, José Olavo foi preso por agentes do Deops/SP em 1968 e mantido nesta delegacia por aproximadamente uma semana. Encaminhado o habeas corpus, foi posto em liberdade condicional e absolvido da acusação por falta de provas. Retomou sua luta ingressando formalmente como quadro no apoio logístico da Vanguarda Popular Revolucionária (VPR). Neste período, foi companheiro de Heleny Guariba (desaparecida política desde 1971), narrando sobre a trajetória de militância até a prisão de sua então namorada. Envolvido com a VPR, José Olavo analisou o processo de formação e a identidade política de sua organização e, posteriormente, da Vanguarda Armada Revolucionária Palmares (VAR-Palmares) – formada a partir da fusão da COLINA com dissidentes da VPR em 1969. O entrevistado destacou que a formação da VPR estava fortemente atrelada aos militares opositores do golpe e dissidentes de outras organizações, com forte inserção no movimento estudantil. Por seguir militando na luta armada junto à VAR-PALMARES, sofreu em 1970 seu segundo processo de prisão. Capturado por agentes do DOI-Codi/SP, José Olavo permaneceu por aproximadamente dois anos e três meses preso, passando novamente pelo Deops/SP e concluindo sua pena no Presídio Tiradentes. Em seu testemunho, reflete também sobre o contexto econômico do país durante a ditadura e as estratégias do Estado para encobrir as crises financeiras e prejuízos sociais e sobre a importância do registro da memória ligada a história da política recente do país.
