Resumo da entrevista
A coleta pública realizada sobre o histórico da violência e ideologia policial foi aberta com a fala da historiadora Thaís Battibugli, que trouxe um panorama geral sobre o fenômeno mundial da militarização das policias e suas especificidades no Brasil. Thaís também falou sobre a atuação do Deops/SP com ênfase no período entre 1946 e 1964, aprofundando o contexto político e social que davam força a essa instituição. Na sequência foi apresentado o testemunho de Cláudio Cruz, que abordou a repressão dirigida aos marginalizados com base em sua experiência na década de 1970 quando, na condição de preso, passou por diversos estabelecimentos de encarceramento que também serviam para a detenção de presos políticos durante a ditadura civil-militar. Cláudio denunciou a recorrente prática de tortura efetuada dentro dos presídios e delegacias do país, seja em períodos autoritários ou democráticos. Em sua conclusão, apontou para a alarmante realidade do encarceramento em massa no Brasil e as permanências estruturais deste sistema. Por fim, o ex-ouvidor das polícias do Estado de São Paulo, Júlio Neves, falou sobre o surgimento deste importante órgão público que, segundo relatou, nasceu de uma vontade da sociedade civil amparada pela Pontifícia Comissão de Justiça e Paz durante a gestão do ex-governador de São Paulo, Mário Covas (1995-2001). Também comentou sobre a alta letalidade das polícias na periferia de São Paulo, relembrando alguns casos marcantes que atravessaram sua carreira.
