Pedro “Carretel”
Nome completo
Pedro "Carretel"
Cronologia
?-1974
Gênero
Masculino
Codinome
Pedro "Carretel"
Perfil histórico
Profissão
Perfil de Atuação
Assuntos: Organizações
Biografia
Camponês que aderiu ao Destacamento A da Guerrilha do Araguaia. Conhecedor das terras locais, o posseiro já contava com alguma participação política na região antes de se integrar aos “paulistas” e logo foi perseguido pelo Exército e teve sua casa queimada. Na Guerrilha, participou de operações de busca de informações com os habitantes locais. Não há informações que esclareçam, por completo, a identidade civil do camponês conhecido como Pedro “Carretel”. Os familiares de Pedro Matias de Oliveira apresentaram à Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos um pedido de reparação, alegando que seria o lavrador em questão, mas o pleito foi indeferido por falta de evidências de que se trata da mesma pessoa. Em 2010, a Corte Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) da Organização dos Estados Americanos (OEA) condenou o Brasil pela desaparição de 62 pessoas na região do Araguaia no caso Gomes Lund e outros (“Guerrilha do Araguaia”) vs. Brasil, dentre elas está Pedro “Carretel”. A sentença, que associa este codinome ao nome Pedro Matias de Oliveira, obriga o Estado Brasileiro a investigar os fatos, julgar e, se for o caso, punir os responsáveis e determinar o paradeiro das vítimas. Segundo o Relatório Arroyo, no dia 2 de janeiro de 1974, Pedro “Carretel” estava de guarda do acampamento, onde estavam os guerrilheiros conhecidos como Nelito (Nelson Lima Piauhy Dourado), Duda (Luiz René Silveira e Silva), Cristina (Jana Moroni Barroso) e Rosa (Maria Célia Corrêa). Naquele dia, Nelito foi a uma capoeira buscar algo para comer e trouxe uma lata que fez bastante barulho na volta. Às 13h30 foram dadas rajadas de tiros sobre Pedro “Carretel”, que correu. Depois desse episódio, não se obteve mais notícias sobre Pedro “Carretel”. Diversos depoimentos de camponeses ao Ministério Público Federal (MPF), em 2001, referem-se a “Carretel” e oferecem versões para o seu paradeiro. A moradora da região Margarida Ferreira Felix declarou que, em 1973, o viu na Base Militar da Bacaba. Conforme a depoente, os militares haviam travestido Pedro “Carretel” de mulher e o estariam conduzindo para ver sua esposa, num possível último encontro. Luiz Martins dos Santos e Zulmira Pereira Nunes afirmaram terem visto Isaura, mulher de Pedro “Carretel”, sendo torturada em Marabá, mas que ela não sabia de informações de Pedro. Já José Salustiano de Oliveira relatou que o camponês fora baleado na mata e “tratado” na Base Militar da Bacaba. José ouviu falar que, após recuperar a saúde, “Carretel” foi jogado de um avião sobre a mata da região de São Geraldo do Araguaia. Manuel Leal Lima afirmou que “Carretel” foi capturado e transformado em guia, sendo morto algum tempo depois, juntamente com Piauí (Antônio de Pádua da Costa) e Duda, na Bacaba. Por fim, Raimundo Nonato dos Santos alegou que Pedro foi preso por uma equipe que andava com Zé Catingueiro e ferido por um tiro do próprio Zé.
Ano(s) de prisão
1974
Assuntos: Eventos
Assuntos Temáticos
DITADURA CIVIL - MILITAR NO BRASIL | HISTÓRIA DO BRASIL | JUSTIÇA DE TRANSIÇÃO | MORTOS E DESAPARECIDOS POLÍTICOS | VIOLAÇÃO DE DIREITOS HUMANOS > OCULTAÇÃO DE CADÁVERES | ORGANIZAÇÕES E PARTIDOS POLÍTICOS | ORGANIZAÇÕES E PARTIDOS POLÍTICOS > PARTIDO COMUNISTA DO BRASIL | ORGANIZAÇÕES E PARTIDOS POLÍTICOS > PARTIDO COMUNISTA DO BRASIL > PCdoB | VIOLAÇÃO DE DIREITOS HUMANOS