O Memorial da Resistência de São Paulo começa a oferecer a contação de histórias como alternativa de visita para o público infantil a partir de 2013.
A atividade foi um sucesso e chamou a atenção de professores universitários que frequentavam a instituição. Percebendo nela uma potencialidade no trato de assuntos complexos como repressão, resistência e ditadura, recebemos a proposta de uma parceria para a aplicação de um curso de capacitação de professores na contação de histórias com base no direito à Memória e à Verdade das crianças.
Em 2015 o Curso Educar, Contar e Brincar para Resistir: o direito da criança à Memória e à Verdade foi oferecido pelo Memorial em parceria com a UNIFESP como disciplina optativa do curso de História pela primeira vez, com o objetivo de apresentar a questão da Ditadura Militar como conteúdo formativo nas séries iniciais do ensino fundamental, refletir sobre o ensino de História a partir de espaços não formais de educação e discutir a educação em Direitos Humanos.
A repercussão do curso foi muito positiva e, mesmo após o fim da parceria com a UNIFESP em 2017, seguimos no oferecimento da atividade por conta própria. A proposta é contribuir com a formação dos educadores da educação infantil com práticas lúdico-artísticas por meio dos elementos da tradição oral da cultura da infância para abordar a temática do período da Ditadura Militar, bem como pensar formas de trabalho com a produção de contação de história para crianças a partir de livros infantis
As bases do programa do curso se dividem em dois momentos, um de teoria e outro de prática:
Teoria
- Infância e desenvolvimento: perspectiva social e histórica;
- A escolarização de qualquer tema em contraponto à romantização da infância;
- Desenvolvimento da percepção de que a criança é sujeito da História;
- Ditadura Militar;
- O direito da criança à Memoria e à Verdade;
- Consolidação dos Direitos Humanos/Estatuto da Criança e do Adolescente;
- Oralidade e Ludicidade.
Prática
- Explorar ambientação e a percepção sensorial, aguçar a criatividade com aspectos de oralidade por meio da cultura popular para identificação de uma memória afetiva, comunicação e interação através de oficinas que denominamos “vivência”.
Instituições parceiras
Universidade Federal de São Paulo – Unifesp (de 2015 a 2017)