Largo General Osório, 66
Santa Ifigênia, São Paulo, SP
Telefone: 55 11 3335-5910
Entrada Gratuita
Aberto de quarta a segunda (fechado às terças), das 10h às 18h
faleconosco@memorialdaresistenciasp.org.br

Espaço Religioso

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Título: Sociedade Brasileira de Defesa da Tradição, Família e Propriedade (TFP)

Descrição: Higienópolis abriga a sede nacional da Sociedade Brasileira de Defesa da Tradição, Família e Propriedade (TFP). Fundada em 1960, a TFP é uma entidade católica leiga de perfil conservador que vem participando da vida política do país, com auge no período da ditadura civil-militar. Foi uma das responsáveis pela organização das Marchas da Família com Deus pela Liberdade, movimento que conclamou o golpe orquestrado por políticos e militares contra o então Presidente João Goulart. Durante todo o período ditatorial, a TFP apoiou o regime, que via como uma proteção contra o comunismo. A organização articulou diversas campanhas com conotação política e religiosa. Em 1966, por exemplo, coletou assinaturas contra o divórcio e, em 1968, pela expulsão da Igreja Católica dos padres considerados comunistas. Apesar de menos significativa, a TFP voltou a aparecer recentemente no campo político, se posicionando contra questões como os direitos LGBTs e a descriminalização do aborto.

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Título: Lar Santana

Descrição: Entre 1948 e 2014, funcionou em Ribeirão Preto, o Lar Santana, instituição destinada ao cuidado de órfãos, fundada pela congregação das Irmãs Franciscanas da Imaculada Conceição. Em 1968, a irmã Maurina Borges da Silveira tornou-se sua Madre Superiora, passando a conviver com o Movimento Ecumênico de Jovens (MEJ), grupo vinculado ao movimento estudantil que fazia reuniões no local. Tal apoio estava inserido em um contexto de solidariedade ampla da igreja católica local com as lutas sociais da região e, a partir de 1964, com a resistência à ditadura civil-militar. O porão do Lar, utilizado para guardar materiais do MEJ, logo passou a ser utilizado pelo presidente do grupo, um integrante das Forças Armadas de Libertação Nacional (FALN), para armazenar também materiais da organização e para produzir seu veículo de propaganda, o jornal O Berro. Acusada de apoiar e encobrir ações da luta armada, Madre Maurina foi presa, torturada e banida do país.

Foto preto e branco de uma igreja. Com duas torres laterais e uma torre central mais alta. No centro vemos uma rosácea e a porta de entrada com altura aproximada de 3 metros com um arco romano. Vemos nas torres janelas também com arcos romanos.

Título: Basílica de Nossa Senhora da Conceição e de Santa Ifigênia

Descrição: Localizada no centro histórico de São Paulo, a Basílica Nossa Senhora da Conceição e de Santa Ifigênia, de estilo neogótico, é mais conhecida como Igreja de Santa Ifigênia. Construída no espaço da antiga Capela Nossa Senhora da Conceição, de 1720, a edificação da nova igreja foi finalizada em 1913. Como outros templos, ela serviu como espaço de articulação de movimentos sociais ao longo do tempo, seja através das organizações militantes que relacionavam ação política e fé, seja pela cessão solidária do espaço religioso para encontros. Durante a ditadura, os encontros marcados dentro das Igrejas eram comuns por serem estes espaços públicos mais seguros, devido tanto à circulação de pessoas, quanto à proteção simbólica conferida pela sacralidade. Esses fatores, entretanto, nem sempre puderam ser garantia de proteção. A igreja de Santa Ifigênia foi utilizada para algumas reuniões por militantes do Movimento Popular de Libertação (MPL), grupo criado em 1966, com atuação até o início dos anos 1970.

Foto em preto e branco do interior de uma igreja com todos os lugares ocupados. No centro há um púlpito com um rapaz lendo. Na lateral direita uma faixa com os dizeres: Pela Liberdade de organização e trabalhadores e manifestação aos oprimidos.

Título: Basílica Nossa Senhora da Penha

Descrição: Construída no século XVII, a Igreja Nossa Senhora da Penha de França é um importante referencial da Penha, bairro operário que está entre os mais antigos de São Paulo. No final dos anos de 1950, foi construída a Basílica para abrigar a imagem preservada da santa. Ao longo de sua história, a igreja desempenhou um importante papel de articulação popular, que se manteve durante a ditadura, quando foi utilizada para reuniões por movimentos de resistência. Em 1977, cerca de 5 mil pessoas se reuniram na Basílica para denunciar a perseguição à Igreja progressista. O ato contou com a participação de representantes das famílias de presos e desaparecidos, operários, entidades religiosas, diretórios acadêmicos, do pastor Jaime Wright e de membros da Comissão de Justiça e Paz. Foi coordenado pela Comissão Arquidiocesana dos Direitos Humanos e dos Marginalizados, projeto pastoral criado por Dom Paulo Evaristo Arns e vinculado ao Comitê de Defesa dos Direitos Humanos para os Países do Cone Sul – CLAMOR.

Fotografia em preto e branco de uma grande multidão aglomerada em frente a Catedral da Sé em São Paulo. A fotografia foi tirada do alto e podemos ver toda a área está repleta de pessoas, sendo que muitas delas seguram faixas. Ao fundo da imagem vemos prédios. A Igreja ocupa a lateral direita da foto e tem 2 torres de 92 metros de altura cada com janelas de arco ogival. Acima da porta de entrada, também em arco ogival, há uma rosácea (um vitral redondo). No local da escadaria em frente a igreja está montado um palanque feito em metal.

Título: Catedral da Sé

Descrição: Em 1954, a Catedral da Sé, ou Catedral Metropolitana Nossa Senhora da Assunção de São Paulo, foi inaugurada tornando-se, rapidamente, o principal espaço religioso da cidade. Durante a ditadura, desempenhou importante papel de apoio à resistência, principalmente a partir de 1970, com a nomeação de Dom Paulo Evaristo Arns como Arcebispo (e Cardeal em 1973). Com ele, a Catedral atuou na proteção de opositores políticos e de movimentos sociais, assim como na articulação e sustentação política às ações solidárias de bispos e párocos da cidade. Entre as inúmeras atividades em que a Catedral esteve envolvida, podemos citar: a celebração de missas em memória de vítimas - como o estudante Alexandre Vannuchi, o jornalista Vladimir Herzog, o operário Santo Dias, e o dominicano Frei Tito de Alencar -, o apoio às primeiras reuniões e buscas de familiares de desaparecidos políticos, a criação da Comissão de Justiça e Paz, e a participação no projeto Brasil Nunca Mais, primeira iniciativa de apuração sistemática das violações de direitos humanos cometidas no período.

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Título: Convento Beneditino

Descrição: No século XVII é instalado em Santos o Mosteiro de São Bento. Na década de 1940, quando o Brasil adere à 2ª Guerra Mundial, o mosteiro é fechado por contar com alemães entre os religiosos. Expulsos da cidade, os monges se dirigem para São Paulo, instalando-se, em 1948, na fazenda Bela Vista, localizada em terras que seriam futuramente da cidade de Vinhedo. Em 03 de agosto de 1967, na Casa de Retiros do Mosteiro, foi realizado o 29º Congresso da UNE, entidade de representação estudantil declarada ilegal em 1964, logo após o golpe civil-militar. O fortalecimento do vínculo da UNE com organizações religiosas de caráter leigo, como a Ação Popular (AP) por exemplo, aproximou religiosos (de diferentes ordens) dos estudantes engajados na luta contra a ditadura. O 29º Congresso ocorreu tranquilamente, mas dias depois, onze religiosos foram detidos pela repressão, inclusive o prior do Mosteiro. Na década de 1970, parte da fazenda foi vendida e, na mesma época, foi construída a atual sede do Mosteiro. A antiga fazenda, que já não pertence aos beneditinos, atualmente encontra-se bastante descaracterizada e a Casa de Retiros em ruínas.

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Título: Convento dos Dominicanos

Descrição: O Convento Santo Alberto Magno foi fundado pela Ordem Dominicana, em 1938. Desde 1950, a trajetória progressista de religiosos ali estabelecidos vinha tornando o convento um espaço de aglutinação de uma comunidade leiga composta por estudantes e intelectuais católicos próximos da ala progressista da Igreja. Reuniões, missas, cursos e outras atividades no convento ou espaços a ele ligados, como a livraria Duas Cidades, resultaram em iniciativas importantes, como o jornal Brasil Urgente, censurado após o golpe de 1964. Na ditadura, os dominicanos demonstraram, além dessa sintonia com as causas sociais, uma disposição para enfrentar as violações aos direitos humanos, apoiar os perseguidos e participar dos movimentos de resistência. Essa mobilização colocou o convento na rota de vigilância da repressão, resultando na prisão e tortura de um grupo de jovens dominicanos ligados à Ação Libertadora Nacional (ALN). Um deles, Frei Tito, banido do Brasil e atormentado pelo trauma, veio a cometer suicídio.

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Título: Igreja Batista de Vila Mariana

Descrição: Fundada em 1927, a Igreja Batista de Vila Mariana teve seu templo inaugurado em 1960. Entre 1939 e 1979, esteve a sua frente o Pastor Rubens Lopes. Apresentador de um dos primeiros programas protestantes da televisão (Um Pouco de Sol, 1969) e presidente de órgãos como a Convenção Batista e a Ordem dos Pastores Batistas de São Paulo, Rubens era influente e bem relacionado nos círculos militares, tendo acesso a figuras como o Marechal Humberto Castelo Branco e o General Arthur da Costa e Silva. Sua Igreja era frequentada por outros militares graduados, como os Generais Humberto de Souza Melo e Ednardo D'Ávila Mello. Em 1971, a entrada do templo foi cenário da tentativa de sequestro de Humberto, então comandante do 2º Exército, que teria sua liberdade trocada pela de presos políticos. A ação da Ação Libertadora Nacional (ALN) e do Movimento Revolucionário Tiradentes (MRT) foi interceptada por agentes do DOI-Codi/SP. Apesar de tensa, a situação se desvencilhou sem nenhuma prisão ou morte.

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Título: Igreja Batista em Perdizes

Descrição: A Igreja Batista em Perdizes foi fundada em 1942. Quatro anos depois, foi assumida pelo Pastor Enéas Tognini, responsável pela construção de seu primeiro templo, na Rua João Ramalho. Enéas exercia influência teológica e política sobre a comunidade batista e era conhecido por seu conservadorismo. Na década de 1960, aliou-se aos que viam a aproximação entre João Goulart e os movimentos sociais como evidência de uma infiltração comunista nos postos de comando. Diante do que considerou uma ameaça real de instauração do comunismo no país, Enéas convocou um “dia nacional de jejum e oração pela Pátria” em duas ocasiões simbólicas: meses antes e dias depois do Golpe de 1964. Assim como outros religiosos conservadores, diante da polarização ideológica que tomou conta do país, o pastor colocou sua liderança e sua igreja a serviço da construção de apoio social para o regime. Ao longo dos anos, disseminou temores, apresentando o comunismo como incompatível com a fé e como um adversário da moralidade cristã tradicional. O atual templo da Igreja Batista em Perdizes, localizado na Rua Monte Alegre, foi construída durante o pastorado de Silas Molochenco (1981-1996).

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Título: Igreja do Santíssimo Sacramento

Descrição: Fundada em 1960, a Igreja do Santíssimo Sacramento teve seu templo atual inaugurado em 1970. Localizada nas proximidades do DOI-Codi do 2º Exército, na Rua Tutóia, a Igreja realizou, durante a ditadura, uma série de missas encomendadas pelo Comando do II Exército em datas comemorativas do regime, tais como missas em homenagem ao aniversário do golpe, ou em homenagem às vítimas da Intentona Comunista de 1935. Realizou ainda em memória de militares, como a de sétimo dia do general Vicente de Paulo Dale Coutinho, em 1974. Entre as ações de colaboração com o regime, a Igreja também ofereceu seu salão paroquial e sua estrutura de salas de aula para acolher o Movimento Brasileiro de Alfabetização (Mobral), programa de alfabetização funcional de adultos instituído, em 1970, pelo ditador Emílio Garrastazu Médici.

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Título: Igreja Matriz de Santo Amaro

Descrição: Inaugurada como Igreja Matriz, em 1924, a Catedral faz parte do Eixo Histórico de Santo Amaro, um conjunto de bens tombados no ano de 2002 pelo Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental. Como uma das principais regiões industriais do estado de São Paulo, Santo Amaro viveu intensamente os processos de ascensão dos movimentos sindical e popular, nos anos finais da ditadura. Nesse contexto, ainda fortemente repressivo, o apoio das autoridades progressistas da igreja católica e o envolvimento de militantes que frequentavam as Comunidades Eclesiais de Base e as Pastorais Operárias foram fundamentais para a articulação da Oposição Sindical e das greves operárias. Em 1979, durante a greve geral dos metalúrgicos, a catedral abriu suas portas para a realização de assembleias e reuniões do Comando de Greve. Ato de solidariedade muito importante após a repressão fechar as sedes dos sindicatos.

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Título: Igreja Matriz São Bernardo do Campo – Paróquia Nossa Senhora da Boa Viagem

Descrição: Em 1962, na paróquia Nossa Senhora da Conceição da Boa Viagem, foi inaugurada a Igreja Matriz de São Bernardo, ligada à Diocese de Santo André. Seu reconhecimento como lugar de memória recupera o papel cumprido pela Igreja na região junto aos movimentos sociais, sobretudo na ditadura civil-militar. Seguindo o Concílio Vaticano II, parte do clero local empenhou-se na formação de Comunidades Eclesiais de Base que, junto a outros núcleos pastorais, foram centrais na preservação de laços comunitários e de lutas por direitos e infraestrutura nos bairros. Como parte das iniciativas que mantiveram operários ativos durante os períodos mais repressivos do regime, essas ações tiveram importância na articulação das greves que sacudiram o ABC a partir de 1978. Durante elas, a Matriz articulou uma rede de solidariedade em torno do movimento sob as lideranças do Pároco Adelino de Carli e do Bispo Dom Cláudio Hummes, que acolheram grevistas, realizaram missas, atuaram em atos e piquetes, administraram o fundo de greve e enfrentaram diretamente a ditadura, quando preciso.

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