Dados gerais
Título
Entrevista com Anivaldo Pereira Padilha
Código da entrevista
C038
Entrevistados
Data da entrevista
30/08/2013
Resumo da entrevista
Anivaldo relatou fatos e aspectos de sua vida política integrada à vida religiosa, em luta contra a ditadura civil-militar. Segundo o entrevistado, em meados da década de 1950, o protestantismo importou ao Brasil a noção de responsabilidade social, contribuindo para a formação da Teologia da Libertação. Inserido neste contexto, Anivaldo tinha uma postura política consolidada quando se tornou membro do Partido Socialista Brasileiro (PSB) em 1958. Em 1960, integrou a União Cristã de Estudantes do Brasil, em 1963 estreitou vínculos com a Ação Popular (AP) e em 1966, cursando Ciências Sociais na USP, aproximou-se do Movimento Estudantil. Dirigiu o Departamento Nacional de Juventude da Igreja e tornou-se líder do movimento ecumênico da ULAJE atuando no plano latino-americano. Por sua ação política de resistência, foi preso em fevereiro de 1970 pela OBAN após delação de integrantes da Igreja que eram favoráveis ao regime. No DOI-Codi/SP sofreu torturas físicas e foi transferido diversas vezes para o Deops/SP até o indiciamento e conclusão do processo no Presídio Tiradentes. Em seu testemunho, versou sobre as motivações e reflexões que o permitiram resistir sob as condições mais difíceis e avaliou a relação de rivalidade entre os órgãos de prisão, identificando o Deops/SP como aparelho subordinado às Foças Armadas do Exército. Segundo relatou, a experiência no exílio não representou lugar de refúgio, mas sim uma nova frente de luta trilhada de 1971 a 1984. Por fim, defendeu a revisão da Lei de Anistia, a fim de que crimes de lesa-humanidade sejam julgados dentro do Estado de Direito.
Entrevistadores
Karina Alves | Marcela Boni
Duração (minutos)
169
Operador de câmera
André Oliveira
Local da entrevista
Memorial da Resistência de São Paulo, São Paulo/SP
Como citar
PADILHA, Anivaldo Pereira. Entrevista sobre militância, resistência e repressão durante a ditadura civil-militar. Memorial da Resistência de São Paulo, entrevista concedida a Karina Alves e Marcela Boni em 30/08/2013