Dados gerais
Título
Entrevista com Antonio Funari Filho
Código da entrevista
C054
Entrevistados
Data da entrevista
30/10/2013
Resumo da entrevista
Antônio Funari compartilhou seu entendimento dos conceitos de Direito e Justiça, apontando para a difícil aplicabilidade de ambos dentro do sistema de sociedade de classes. Citou Herbert de Souza, o Betinho, como referência na elaboração do pensamento crítico da democracia, inserido no contexto das sociedades de classes, baseado nos princípios de liberdade, igualdade, fraternidade e participação. Sobre sua atuação como advogado da resistência, relembrou as estratégias adotadas pelos advogados para alcançar a quebra da incomunicabilidade dos presos - condição representativa de risco de vida. Com relação ao cumprimento da justiça para os crimes cometidos no período da ditadura, considerou fundamental que o Estado se retrate publicamente através de reparações simbólicas, embora afirme que “justiça que tarda não é justiça”. Nesse sentido crê, sobretudo, na luta objetivada para que outro episódio semelhante à experiência da repressão não se repita jamais e garantiu que, para isso, é necessário que haja uma militância permanente em defesa desta causa. Como membro da Comissão de Justiça e Paz desde 1983, versou sobre seu contexto de formação em 1972, e sobre a atual bandeira da Comissão, que luta contra a crescente criminalização dos movimentos sociais. Defendeu que embora vivamos em uma sociedade marcada pela desigualdade, é fundamental que se reconheçam os avanços alcançados pela democracia para que a mesma se fortaleça e evolua. Por fim, reforçou a ideia de que a política, para não retroceder, precisa sempre avançar e concluiu seu testemunho citando o advogado Heleno Fragoso, que à época da ditadura, afirmou em sessão presente na Auditoria Militar: “Terrorista em São Paulo é a Justiça Militar”.
Entrevistadores
Karina Alves
Duração (minutos)
40
Operador de câmera
Produtora João e Maria.doc
Local da entrevista
Produtora Estúdio Preto e Branco
Como citar
FILHO, Antônio Funari. Entrevista realizada para exposição temporária “Advogados da Resistência. O direito em tempos de exceção”. Estúdio Produtora Preto e Branco, São Paulo/SP. Entrevista concedida a Karina Alves em 30/10/2013.