Dados gerais
Título
Entrevista com Antonio M. Oliveira
Código da entrevista
C051
Entrevistados
Data da entrevista
23/10/2013
Resumo da entrevista
Antônio deu início a sua militância em 1960 através do Partido Comunista Brasileiro (PCB) ao integrar a formação de quadros, voltada para emancipação política da juventude ligada ao Partido. Relembrou o entusiasmo frente à ideologia comunista e a admiração por líderes como Luís Carlos Prestes, interpretado por Jorge Amado como o "Cavaleiro da esperança", pseudônimo citado por Antônio na entrevista. Segundo análise do entrevistado, a geração de militantes que iniciou uma atuação de resistência antes da deflagração do golpe, possuía uma formação ideológica e uma autodisciplina em geral, superior a dos militantes que despertaram após abril de 1964, fortemente representados pelos estudantes do eixo Rio-São Paulo. Quando em 1962 o Partido se subdividiu em PCB e PCdoB, Antônio optou em seguir novos rumos, aderindo ao PORT. Um mês após o golpe, foi preso em Recife. Ao ser solto, passou a viver em São Paulo em condição de clandestinidade, quando viu novamente seu Partido se esfacelar levando-o a aliar-se a VAR-Palmares. Nesta organização, atuou na área de elaboração estratégica das ações de expropriação e sequestro. Em 1972 foi preso pelo Deops/SP onde foi torturado e cumpriu o que chamou de “fase inquisitorial”. Versou ainda sobre o terceiro processo de prisão em 1974, a experiência em outros centros de repressão, a extinção da OBAN e inauguração do DOI-Codi/SP e outros aspectos relativos à estrutura da repressão. Atualmente expressa um desencantamento com a política vendo-se, simbolicamente, transformado no "Cavaleiro do nada", figura literária criada pelo poeta Fernando Pessoa e recuperada por Antônio Oliveira em seu testemunho.
Entrevistadores
Karina Alves | Marcela Boni
Duração (minutos)
159
Operador de câmera
André Oliveira
Local da entrevista
Memorial da Resistência de São Paulo, São Paulo/SP
Como citar
OLIVEIRA, Antônio M. Entrevista sobre militância, resistência e repressão durante a ditadura civil-militar. Memorial da Resistência de São Paulo, entrevista concedida a Karina Alves e Marcela Boni em 23/10/2013.