Dados gerais
Título
Entrevista com Antonio Prado de Andrade
Código da entrevista
C105
Entrevistados
Data da entrevista
22/11/2014
Resumo da entrevista
O entrevistado versou sobre seu envolvimento político iniciado em 1968 através de contato com membros da Ação Popular (AP). Segundo o entrevistado, sua militância incidiu, em um primeiro momento, em um contexto rural quando ainda vivia no interior de São Paulo e trabalhava como pequeno agricultor. Ao mudar-se para a capital paulista junto de sua família, sua militância transportou-se para um contexto fabril assim que Tico profissionalizou-se como metalúrgico da Philco. Com efeito, a militância política exercida por ele e outros familiares que tiveram semelhante trajetória de vida, foi profundamente marcada pela luta das causas trabalhistas oprimida pelo sistema patronal em conformidade com a ditadura civil-militar. Após o esfacelamento do núcleo da AP atuante na Philco, Tico deu continuidade a sua militância através da Juventude Operária Católica (JOC) e da Oposição Sindical Metalúrgica de São Paulo (OSM-SP), colaborando com a organização de greves e divulgação de imprensa clandestina. Em detrimento de suas ações, foi preso no Deops/SP em 1971. A respeito desta fase que perdurou cerca de um mês, descreveu a experiência traumática da tortura, as condições insalubres do cárcere e narrou sua participação em uma greve de fome por melhores condições de alimentação. Discorreu sobre a convivência solidária com os companheiros de cela, em especial com Luiz Hirata, que se tornou vítima fatal da tortura no Deops/SP. Após a soltura, Tico envolveu-se na luta de movimentos populares e continuou sendo vigiado pela repressão até o declínio do regime. Por fim, abordou o processo árduo de produção de seu livro, Um tempo para não esquecer. Ditadura, Anos de Chumbo e sobre a intensa participação do Fórum de Ex-Presos e Perseguidos políticos do Estado de São Paulo no processo de consolidação do Memorial a Resistência, efetivado em 2009.
Entrevistadores
Karina Alves e Ana Paula Brito
Duração (minutos)
137
Operador de câmera
Jamerson Lima
Local da entrevista
Memorial da Resistência de São Paulo, São Paulo/SP
Como citar
ANDRADE, Antônio Prado. Entrevista sobre militância, resistência e repressão durante a ditadura civil-militar. Memorial da Resistência de São Paulo, entrevista concedida a Karina Alves e Ana Paula Brito em 22/11/2014.