Dados gerais
Título
Entrevista com Áurea Moretti Pires
Código da entrevista
C052
Entrevistados
Data da entrevista
25/10/2013
Resumo da entrevista
Áurea versou sobre o contexto da luta contra a ditadura civil-militar desenvolvida na cidade de Ribeirão Preto e arredores onde estudava e residia com sua família. Convicta da necessidade da luta armada, Áurea ingressou nas Forças Armadas de Libertação Nacional (FALN). Destacou a participação de membros da Igreja Católica em passeatas, a proteção oferecida pelos religiosos e a distribuição do jornal “O Berro”, que vinculava as ideias políticas da organização. Em paralelo à sua militância, dedicou-se ao curso de Enfermagem a fim de obter conhecimentos práticos que servissem de amparo à luta. Neste contexto, foi presa em 1969 pela OBAN em Ribeirão Preto e levada para a delegacia de polícia da cidade, onde foi interrogada e torturada. Condenada pela Justiça Militar a quatro anos e meio de prisão, passou por diversos endereços de prisão do estado de São Paulo, incluindo o Deops/SP. Ao longo de sua trajetória como presa política, testemunhou fatos que denunciam a violência produzida pela repressão envolvendo casos de assédio sexual contra mulheres, com destaque para caso da Madre Maurina Borges da Silveira. Sobre sua estada no Presídio Tiradentes, relembrou a greve de fome da qual participou em junho de 1972 em solidariedade aos casos de assassinatos que afloravam progressivamente dentro e fora da prisão. Concluiu seu testemunho manifestando apoio às iniciativas de preservação de memória e aos órgãos de apuração dos crimes cometidos na ditadura civil-militar do Brasil.
Entrevistadores
Karina Alves | Marcela Boni
Duração (minutos)
143
Operador de câmera
André Oliveira
Local da entrevista
Memorial da Resistência de São Paulo, São Paulo/SP
Como citar
PIRES, Áurea Moretti. Entrevista sobre militância, resistência e repressão durante a ditadura civil-militar. Memorial da Resistência de São Paulo, entrevista concedida a Karina Alves e Marcela Boni em 25/10/2013.